Correio da Bahia

Justiça manda sem-terra desocupar fazenda

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MUCURI A Justiça baiana determinou a reintegraç­ão de posse de uma fazenda da Suzano Papel e Celulose ocupada, na segunda-feira (27), por integrante­s do Movimento dos Trabalhado­res Rurais Sem-Terra em Mucuri, no extremo-sul do estado. O MST ocupou três áreas da empresa e uma quarta fazenda de outro proprietár­io em Jacobina. O juiz Renan Souza Moreira fixou multa de R$ 5 mil por dia aos sem-terra em caso de descumprim­ento e autoriza o uso de força policial para a desocupaçã­o, se for necessário.

A decisão vale para a fazenda de cultivo de eucalipto localizada no município de Mucuri. As ações de reintegraç­ão de posse relativas às outras áreas da Suzano ocupadas nos municípios de Caravelas e Teixeira de Freitas ainda eram analisadas pela Justiça estadual na manhã de ontem. Foram mobilizado­s

1,7

mil pessoas se mobilizara­m para ocupar áreas no sul e em Jacobina 1.700 militantes para ocupar as áreas. O proprietár­io da Fazenda Limoeiro, em Jacobina, entrou com ação de reintegraç­ão de posse, ainda não julgada.

Segundo o MST, a decisão judicial referente à fazenda da Suzano em Mucuri será cumprida. O dirigente nacional do movimento na Bahia, Evanildo Costa, disse que as ações contra as fazendas da Suzano tiveram como objetivo obrigar a empresa a cumprir um acordo feito em 2011, com a participaç­ão de interlocut­ores dos governos estadual e federal. “A Veracel e a Fibria [outras empresas do setor de celulose] cumpriram o acordo. A Suzano deveria ter destinado área para assentar 650 famílias, mas só destinou para 250. Estamos negociando desde 2015, e a empresa vem enrolando, enquanto as famílias estão espremidas em acampament­os.” A Suzano nega o descumprim­ento.

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