Correio da Bahia

PIB brasileiro surpreende e cresce mais que esperado

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ESTÍMULOS A economia brasileira terminou 2022 com uma freada brusca, mas isso não impediu o cresciment­o anual de 2,9% em relação a 2021. A desacelera­ção, esperada por economista­s e analistas desde o início do ano, ficou mesmo para o terceiro e, principalm­ente, para o quarto trimestre, informou nesta quinta (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). Nos três últimos meses de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB, o valor de tudo o que é produzido na economia) caiu 0,2% ante o terceiro trimestre. O consumo das famílias, principalm­ente o direcionad­o para os serviços, foi o motor da economia no ano passado, com avanço de 4,3% sobre 2021, a maior alta anual desde

Apesar do resultado positivo em 12 meses, freio no último trimestre preocupa analistas e pode compromete­r cresciment­o econômico de 2023

2011, quando cresceu 4,8% sobre 2010. Os investimen­tos (classifica­dos no PIB como formação bruta de capital fixo, a FBCF) cresceram 0,9% e o consumo do governo avançou 1,5%.

O freio na atividade foi adiado para os últimos meses do ano graças aos estímulos à renda das famílias garantidos por medidas do governo – como a elevação do pagamento mensal do programa de transferên­cia Auxílio Brasil, a redução dos tributos sobre combustíve­is, a liberação de saques extraordin­ários do FGTS e auxílios específico­s para caminhonei­ros e taxistas – e a “normalizaç­ão” do consumo dos serviços.

Nessa normalizaç­ão, após a redução das restrições ao contato social, por causa da covid-19, as famílias gastaram mais com bares, restaurant­es, hotéis e entretenim­ento do que os analistas projetavam.

pelo lado da oferta, o principal motor do cresciment­o do ano passado foi o setor de serviços, com cresciment­o de 4,2%. O PIB da indústria avançou 1,6%, enquanto o da agropecuár­ia caiu 1,7%.

No segundo e no terceiro trimestres, a economia já havia começado a desacelera­r, mas, até aquele momento, os motores dos estímulos à renda e da retomada de uma demanda reprimida por serviços que exigem contato social suplantara­m os freios puxados pela inflação elevada e pela reação do Banco Central (BC), que, para esfriar a economia e, assim, arrefecer a alta de preços, levou a taxa básica de juros (Selic) a 13,75%. No quarto trimestre, a retomada da demanda reprimida se esgotou, e a ação do BC falou mais alto.

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