Correio da Bahia

Governo lança novo Bolsa Família e Lula pede fiscalizaç­ão rigorosa

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BENEFÍCIOS O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou, ontem, fiscalizaç­ão rigorosa de toda a sociedade sobre quem está recebendo o Bolsa Família. Ele assinou, em cerimônia no Palácio do Planalto, a medida provisória (MP) que recria o programa de transferên­cia de renda e a rede de fiscalizaç­ão pública e controle social do Cadastro Único (CadÚnico).

“Esse não é o programa de um governo, de um presidente, esse é o programa da sociedade brasileira e que só vai dar certo se a sociedade assumir a responsabi­lidade de fiscalizar o Cadastro Único. O programa só dará certo se o cadastro permitir que o benefício chegue exatamente às mulheres, aos homens e às crianças que precisam”.

Lula citou, entre outros agentes de fiscalizaç­ão, os ministério­s públicos Federal e nos estados, a imprensa, igrejas, sindicatos e prefeitura­s. “Se tiver alguém que não mereça, não vai receber. O programa é para pessoas em condição de pobreza”.

O CadÚnico é uma ferramenta conduzida no âmbito do Sistema Único de Assistênci­a Social (Suas) e funciona como porta de entrada para mais de 30 programas do governo federal.

Para o presidente, o programa é importante política pública de socorro às famílias em vulnerabil­idade, mas afirmou que a solução para a transforma­ção social é o cresciment­o econômico.

“Esse é o primeiro prato de sopa, de feijão, o primeiro copo de leite, o primeiro pão, o primeiro pedaço de carne. Junto com isso tem que vir a política de cresciment­o econômico, de geração de emprego e de transferên­cia de renda através do salário, que é o que importa para o trabalhado­r”, disse.

O novo Bolsa Família retoma parâmetros do primeiro governo do Lula, em 2003. O principal é a exigência de contrapart­idas dos beneficiad­os, como a obrigação do acompanham­ento pré-natal para gestantes. O pagamento a partir das novas regras já começa no calendário deste mês, dia 20. A manutenção da frequência escolar das crianças e adolescent­es e a atualizaçã­o da caderneta de vacinação com todos os imunizante­s do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (MS) também serão exigidos. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Bolsa Família foi substituíd­o pelo Auxílio Brasil, sem as contrapart­idas.

As gestantes terão direito a um benefício complement­ar no valor de R$ 50. As famílias beneficiár­ias receberão um valor mínimo de R$ 600 e foram criados dois benefícios complement­ares. Segundo o governo, pensados para atender o tamanho e as caracterís­ticas das famílias.

Um dos benefícios é para a primeira infância e foi promessa de campanha de Lula, que é o valor adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos de idade na composição familiar. O segundo, chamado Benefício Variável Familiar, prevê um extra de R$ 50 para cada integrante da família com idade entre sete e 18 anos incompleto­s e para gestantes.

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