História de dor, luta e redenção
Musical A Cor Púrpura chega à Concha Acústica em mega produção com 18 atores
A versão brasileira do espetáculo A Cor Púrpura - O Musical estreou no Rio de Janeiro, em setembro de 2019. Passou por algumas cidades antes de chegar a Salvador, em março de 2020, pouco antes da pandemia suspender a turnê da montagem.
A passagem pelo Teatro Castro Alves, em quatro apresentações, impressionou o diretor Tadeu Aguiar, por um motivo especial: “Foi inacreditável o que vimos ali! Pela primeira vez, tinha muita gente preta na plateia. Era tudo o que eu sonhava: ver uma plateia onde as pessoas se reconhecessem no palco. Foi uma emoção muito grande!”.
Agora, três anos depois, há grandes possibilidades de Tadeu sair de Salvador ainda mais emocionado, já que, desta vez, o espetáculo será apresentado na Concha Acústica, onde a capacidade de público é três vezes maior que a do TCA. Se no teatro cabem 1,5 mil pessoas, na Concha se acomodam cinco mil.
O musical que será apresentado hoje e amanhã é baseado na montagem exibida na Broadway na década passada e tem inspiração também no livro e no filme que Steven Spielberg dirigiu em 1985, estrelado por Whoopi Goldberg.
A história, passada na zona rural dos EUA no início do século XX, é protagonizada por Celie (Amanda Vicente), mulher negra que luta contra a opressão imposta principalmente pelo pai e pelo marido.
Na adolescência, Celie teve dois filhos do homem que supostamente é seu pai e que a ofereceu a um fazendeiro para cuidar da casa e dos filhos dele, sem que ela recebesse salário. Celie é afastada da irmã caçula Nettie e passa a morar com o marido, Mister (Wladimir Pinheiro). Enquanto a protagonista resigna-se ao sofrimento, outras duas mulheres, Sofia (Érika Afonso) e Shug (Flávia Santana), entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças e novas perspectivas, esperança e até prazer.
A tradução do jornalista Artur Xexéo (1951-2021) é muito elogiada por Tadeu:
“Ele traduziu as letras das músicas e os diálogos e era um trabalho muito difícil, porque é a língua inglesa que era falada por negros no início do século XX. Então, tinha que pegar o jeito dos personagens falarem no texto original e manter isso em português. E Xexéo fez isso muito bem!”.
ALMA EM CENA
No elenco, estão 18 atores e atrizes negros que passaram por testes para o espetáculo. Ainda que muitos não tivessem larga experiência, Tadeu ressalta o extraordinário talento deles: “O Brasil produz artistas para musicais, até melhor que os EUA. Muitos dos artistas dessa montagem não estudaram por impossibilidade financeira e foram excluídos da sociedade por serem pretos. Podem não ter técnica de balé, técnica vocal, mas têm uma alma inacreditável”.
Segundo ele, muitos artistas que estiveram na montagem de 2019, tiveram que deixar o musical porque foram convidados para outras peças, em razão da qualidade de suas atuações.
A Cor Púrpura trata de assuntos como violência doméstica, estupro e incesto. Com tantos temas ‘pesados’, como conciliá-los com um musical, gênero quase sempre associado ao entretenimento e à ‘leveza’? “O tema é pesado e o público sofre com a peça. Mas tem alguns respiros cômicos, por exemplo, com Harpo, que é um homem feliz e tem muito amor a dar. É um drama que tem contato com o humor. As pessoas pensam que musical é só sapateado e uma história banal. Mas podemos fazer um espetáculo musical sobre qualquer coisa”, defende Tadeu.
O diretor diz que a equipe está ansiosa para levar a montagem à Concha também por se tratar da primeira apresentação em espaço ao ar livre. “É a primeira vez que nos apresentaremos para um público tão grande. Nos EUA e na Europa, é até comum isso acontecer. Mas no Brasil não. Será um momento lindo para a companhia”, explica. O diretor ressalta que quase mil ingressos são distribuídos gratuitamente por dia, por exigência da Lei Rouanet. Segundo ele, os bilhetes são direcionados a ONGs relacionadas a causas negras.
A COR PÚRPURA | HOJE E AMANHÃ, 18H30, NA CONCHA ACÚSTICA DO TCA | INGRESSOS: PLATEIA - R$ 70 / R$ 35 ( 2º LOTE) E R$ 90 /R$ 45 3º LOTE); CAMAROTE - R$ 180 / R$ 90 (2º LOTE) E R$ 200 / R$ 100 (3º LOTE) | DESCONTO DE 40% PARA CLIENTES CLUBE CORREIO SOBRE A INTEIRA DE PLATEIA.
Muitos dos artistas dessa montagem não estudaram por impossibilidade financeira e foram excluídos da sociedade por serem pretos. Podem não ter técnica, mas têm uma alma inacreditável Tadeu Aguiar
diretor de A Cor Púrpura
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