Protestos contra reforma da previdência mobilizam a França
GREVE GERAL Estradas bloqueadas, refinarias de petróleo interrompidas, aviões e trens parados; os sindicatos ameaçam fechar a economia da França esta semana no que esperam ser sua resposta mais dura ao plano do presidente francês, Emmanuel Macron, de aumentar a idade de aposentadoria. Uma greve geral está convocada para hoje, mas seus efeitos já foram parcialmente sentidos.
As primeiras ações começaram ontem, quando os caminhoneiros bloquearam esporadicamente vias importantes em ações lentas apelidadas de escargot - a palavra francesa para caracol - em várias regiões. E ontem à noite estava previsto o início da greve por tempo indeterminado no serviço ferroviário nacional.
O governo francês está se preparando para as maiores interrupções hoje, quando greves são esperadas em vários setores e protestos são planejados contra a reforma da previdência.
Os setores dos transportes, educação, aviação, energia, metalurgia e da coleta de lixo convocaram greves e são esperadas mais de 280 manifestações. Há expectativa de que a mobilização de hoje supere a de 31 de janeiro, que pelo mesmo motivo levou 1,2 milhão de pessoas às ruas, segundo a polícia. As autoridades encorajaram as pessoas a trabalharem de casa, se possível.
O projeto de reforma da previdência está em debate no parlamento. Se aprovado, aumentará a idade oficial de aposentadoria de 62 para 64 anos e exigirá 43 anos de trabalho para receber uma pensão integral. É uma promessa de campanha de Macron, que enxerga como essencial para garantir a viabilidade do sistema de Seguridade Social.