Correio da Bahia

Vem doce, Vanessa da Mata

Música Cantora lança sétimo álbum com participaç­ão de João Gomes, L7nnon e Papatinho

- Vinícius Nascimento REPORTAGEM vinicius.nascimento@redebahia.com.br

Do cansaço com a turnê do último disco à surpresa de quem viu que já tinha 21 músicas gravadas e estava pronta para dar o próximo passo. Dessa maneira, Vanessa da Mata lança o álbum Vem Doce, disponibil­izado nas plataforma­s digitais nas primeiras horas desta quarta-feira (8), com a cantora também atuando como compositor­a, arranjador­a, intérprete e produtora.

Apesar da ausência de feats femininos, ela diz que a escolha pelo Dia Internacio­nal da Mulher para o lançamento do sétimo disco foi proposital. A produção, segundo a cantora, nasce com a ideia de ser brasileira, com elementos e ritmos distintos. João Gomes, 20 anos, é o caçula da mistura organizada por Vanessa, que também conta com o rapper L7nnon, Phill Veras e Papatinho. Nas letras, ela resgatou músicas escritas com Ana Carolina, Ilan Adar, Marcelo Camelo e Dom Lucas.

Um dos nomes sobre quem a cantora fala com mais chamego, João Gomes a conquistou na base da meiguice. A mãe de João, Jordânia, é fã de Vanessa da Mata e fez o garoto ouvir toda a obra dela durante a infância - ele pegou gosto e chegou a gravar uma versão de Amado. Tímido, Gomes mandou uma mensagem para Vanessa no Instagram perguntand­o se ela achava que ele estragou o hit.

A cantora prontament­e respondeu, deu seu número de celular e conversou com João e Jordânia. Dali, nasceu uma relação: ela participou do DVD dele e o convidou para gravar um desafio no disco. Uma música de Belchior, Comentário a respeito de John.

“Eu, de cara, percebi uma toada de aboio na voz dele. A tradição é muito forte em seu cantar. Quando ouvimos João Gomes, sem o ritmo do piseiro, ouvimos todas as influência­s tradiciona­is dos va

Quando ouvimos João Gomes, sem o ritmo do piseiro, ouvimos todas as influência­s tradiciona­is dos vaqueiros. Ele tem o timbre e a entonação de um senhor da tradição nordestina

queiros. Isso me agrada muito. Ele tem o timbre e a entonação de um senhor da tradição nordestina cantando, transparec­endo suas influência­s nos aboios. Ele é fã de Belchior, eu também, então, tinha tudo para dar certo”, disse a cantora, que cresceu no Mato Grosso e conta que, na sua casa, havia um turbilhão de influência­s.

“Ele tem uma cultura musical dificílima para um garoto de 20 anos. É tipicament­e de uma elite intelectua­l, mas é um menino do povo que é cultíssimo graças à mãe dele. Ele é carinhoso, doce, atento, tem um amor enorme pela avó muito parecido com o que tinha pela minha avó”, completa Vanessa.

MISTURA SONORA

“Sempre fui diversa desde o primeiro disco. No Mato Grosso, a gente tinha muita MPB, no conceito de variedade. Tinha uma rádio só que tocava Amado Batista, músicas regionais, sertanejas e, ao mesmo tempo, tocava Tom Jobim da novela, rock da época, música brega italiana. Meus tios caminhonei­ros traziam Pinduca, discos vinis e a gente começou a ter esse cresciment­o dentro de uma cultura diversa. Na casa de minha avó, a gente tocava Folia de Reis; eu sentia que não era de uma música só, apesar de meu estilo próprio permear todas as músicas”, conta.

O rapper L7nnon tem 28 anos e é outro nome que leva juventude a Vem Doce, produzido pela cantora de 47. A música que ele leva é diferente, tem mais a ver com o Rio de Janeiro, samba e hip hop. “É uma música diferente da nordestina. Ele é muito talentoso, faz música na hora, começa a escrever ali e eu gosto dessa segurança”, comenta antes de descrever Fique Aqui, feat com L7.

“Uma vez encontrei o L7nnon no show do João Gomes e ele tem uma postura muito forte, uma voz personaliz­ada, caracterís­tica, identificá­vel rapidament­e. E eu tive a ideia de chamá-lo para acrescenta­r essa parte à música. Eu venho trabalhand­o com vários rappers há um tempo e acho que eles têm esse discurso muito próprio, rápido, que, muitas vezes, equilibra e contempla o meu jeito de cantar. É outra faixa R&B, só que mais como canção brasileira”, explica.

Vanessa da Mata falou que o último ciclo foi marcado pela pandemia do coronavíru­s, que paralisou seus trabalhos menos de um ano após o lançamento de seu disco anterior, Quando Deixamos Nossos Beijos na Esquina, de 2019. Para essa nova etapa, ela quer enxergar um país mais tolerante e compreensi­vo com a arte e os artistas.

A cantora avalia que a população brasileira está com muita raiva e ignorante de uma série de coisas, como, por exemplo, da contribuiç­ão dos artistas para a construção de uma sociedade melhor inclusive, financeira­mente.

“Em todos os lugares existe uma lei que incentive esse mercado. Muitos empresário­s do agronegóci­o têm incentivos que muitos outros empresário­s não têm, com isenção de impostos. A cultura também merece isso. Há também o desafio de fazer entender que para cada R$ 1 na cultura, voltam R$ 2 e isso alimenta turismo, educação. Trabalhamo­s com palavras, sensibilid­ade, empatia e toda vez que isso é atacado, logicament­e, vamos atacar de volta”, defende.

Apesar do discurso de contra-ataque, a cantora quer que seu novo trabalho leve paz a quem escute. Até por isso, músicas como Vem Doce (que nomeia o álbum) e Face e Avesso foram gravadas com afinação áurea, que usa a nota Lá em 432Hz como referência, ao invés da usual 440Hz. A frequência é conhecida por desaceler batimentos cardíacos e promover harmonia.

Sempre fui diversa desde o primeiro disco. No Mato Grosso, a gente tinha muita MPB, no conceito de variedade

que o Coronel pode ter assumido a culpa pela morte de Noé no lugar do filho. Deodora se encontra com Márcio Castro na fazenda e o beija. 18H25

Vai na Fé Vitinho avisa a Fábio que Lui está incomodado com sua presença. Sol avisa à família que fará o teste para backing vocal de Lui. Marlene decide ir com Bruna vender as quentinhas. Lumiar descobre que Jenifer foi se encontrar com Ben e avisa a Sol. O Desembarga­dor responsáve­l pelo caso de

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PRISCILA PRADE/DIVULGAÇÃO Novo disco de Vanessa da Mata está disponível a partir de hoje nas plataforma­s

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