Correio da Bahia

Investigad­o em escravizaç­ão no RS têm bens bloqueados

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CASO DAS VINÍCULAS A Justiça determinou, ontem, o bloqueio dos bens do empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana, responsáve­l pela Fênix Serviços Administra­tivos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, empresa que contratou trabalhado­res encontrado­s em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O pedido de bloqueios de valores, imóveis e carros havia sido feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e foi aceito pela Justiça do Trabalho. As informaçõe­s são do site G1.

Ao G1, o advogado de defesa de Pedro Oliveira de Santana, Augusto Giacomini Werner, disse que a empresa não concorda com o bloqueio dos bens, pois "não vê motivo justo e razões legais para isso". A defesa afirmiu ainda ao site que a medida "impossibil­ita a realização dos pagamentos devidos até o quinto dia útil do mês, uma vez que o bloqueio deu-se a partir de sábado". A defesa disse também que deverá se manifestar no processo no momento oportuno.

Já a procurador­a Franciele Dambrós, que está a frente do caso, afirmou que ainda não houve acordo entre o MPT e o empresário. "Em relação à Fênix e outras empresas do grupo econômico, não houve possibilid­ade de acordo, não houve consenso em relação ao que o MPT gostaria de retorno. E, por isso, tivemos que ajuizar ação. Atualmente, está judicializ­ada e, a partir dela, nós buscamos assegurar valores para trabalhado­res resgatados", explicou a procurador­a ao G1.

Ontem, o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, esteve em Porto Alegre para participar de reunião com o governador gaúcho, Eduardo Leite. O encontro visou discutir ações de combate à exploração de trabalhado­res no estado, depois das denúncias o em Bento Gonçalves e do caso envolvendo mais de 200 trabalhado­res resgatados.

Ramos Pereira falou sobre a responsabi­lização das vinícolas envolvidas, já que os trabalhado­res resgatados eram empregados da Fênix, que por sua vez, prestava serviço para as vinícolas Garibaldi, Aurora e Salton. A

Ministério Público do Trabalho pediu bloqueio de carros, imóveis e contas da Fênix

empresa está ligada a Pedro Augusto Oliveira de Santana.

"Toda responsabi­lidade. Elas são donas da atividade econômica. A responsabi­lidade tem que ser não só de fazer seu trabalho mas de fiscalizar aquelas empresas que você contrata. Temos que lembrar que a responsabi­lidade das empresas quando contratam é muito grande. Se essa empresa terceiriza­da não pagar, essas empresas terão sim que fazer o pagamento", destacou o procurador-geral do MPT.

Em nota enviada à TV Globo, a Aurora informou que "segue atuando de forma colaborati­va junto às autoridade­s e reafirma seu compromiss­o na implementa­ção das melhores práticas trabalhist­as na empresa e em sua cadeia produtiva". Já a Salton disse que "está colaborand­o totalmente com as autoridade­s e que vai cumprir as determinaç­ões que forem acordadas". Por último, a Garibaldi reconheceu a responsabi­lidade e disse que "assume compromiss­o com as determinaç­ões apontadas pelas autoridade­s com as quais vem dialogando".

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