Saindo por cima
Ranger Limited tem muitas tecnologias e mostra que ainda é competitiva mesmo com a mudança próxima
Antes de falar sobre os detalhes da Ranger, a primeira coisa a ser dita é que a atual geração está em final de ciclo. A próxima chegará ao mercado no segundo semestre. No entanto, o modelo atual ainda é um dos mais competitivos do segmento, principalmente em relação às tecnologias.
Por meio de um aplicativo, é possível acessar diversas funções da picape. Uma das que mais utilizei nesse verão foi a partida remota, para climatizar a cabine. Mas o Ford Pass ainda informa a autonomia de combustível e a pressão dos pneus, entre outras funções.
No caso específico da versão avaliada, a Limited, a tecnologia facilita a rotina do motorista. Entre os recursos mais interessantes estão o alerta de colisão frontal, que emite sinais visuais e sonoros na iminência de um eventual acidente. Se o condutor não frear, a picape faz isso de forma autônoma.
Há ainda um leitor de faixa, que sinaliza quando o veículo ultrapassa as marcações da pista sem que o motorista dê seta. O sistema de reconhecimento de sinais de trânsito rastreia as placas na pista, alertando o motorista sobre os limites de velocidade, que são informados no painel de instrumentos.
Para completar, os ajustes feitos para a linha 2020 deixaram a picape mais confortável. Na época, foi feito um grande trabalho na suspensão do utilitário, que nessa opção tem capacidade para uma tonelada de carga, e a caçamba abriga 1.180 litros. Inclusive, a tampa da caçamba tem um sistema de alívio de peso que a torna a mais leve da categoria.
A configuração testada é equipada com o motor turbodiesel de 3.2 litros e cinco cilindros. Esse propulsor rende 200 cv de potência e 47,9 kgfm de torque. No ano passado, para atender novas normas de emissões, ele ganhou um sistema que reduz significativamente as emissões de óxido de nitrogênio, ultrapassando em mais de 70% as exigências legais do Proconve 7, além de duplicar o intervalo entre as regenerações do filtro de partículas. Para isso, utiliza o reagente Arla 32.
O motor foi recalibrado, mas as médias de consumo ficaram basicamente iguais. Na nossa avaliação, o consumo urbano foi de 8,9 km/l e na estrada passa para 10,5 km/l.
Esse motor é associado a uma transmissão automática de seis velocidades, com possibilidade de trocas manuais pela alavanca. Os recursos da tração 4x4 são acessados por um seletor no console central e o condutor pode optar pela tração traseira (4x2), nas quatro rodas ou 4x4 reduzida. Há ainda opção de bloqueio de diferencial, muito útil em um atolamento, por exemplo.
MERCADO
Atualmente, a Toyota Hilux é a líder do segmento de picapes médias, do qual a Ranger faz parte. No primeiro bimestre do ano, a representante da Toyota teve 6.249 unidades emplacadas no país. A Chevrolet S10 somou 3.551 licenciamentos, conquistando a segunda posição, e a Ranger ficou em terceiro lugar com 2.002 unidades. Na sequência, completando o ranking das cinco mais vendidas, ficaram Mitsubishi L200 (1.570) e Nissan Frontier (1.090).
O custo de aquisição da versão Ranger Limited é de R$ 330 mil, mas a Ford está oferecendo um bônus de R$ 25 mil. Entre as concorrentes, os preços de tabela são: Frontier Platinum ou Pro4X (R$ 327 mil), Hilux SRX Limited (R$ 335.590), L200 Triton Sport HPE-S (R$ 327 mil) e S10 High Country (R$ 325 mil)
O custo médio das cinco primeiras revisões, que devem ser feitas a cada 10 mil quilômetros ou 12 meses, é de R$ 1.618. Superior ao da S10 (R$ 1.406) e da Frontier (R$ 1.376), e menor que o da L200 (R$ 1.642) e da Hilux (R$ 1.949). Entre esses modelos, Hilux e Ranger contam com cinco anos de garantia, as demais, 36 meses. É um segmento bastante competitivo.