Entre /O ASSUNTO
13
Uma servidora da Presidência da República depôs, nesta semana, à Polícia Federal e informou que recebeu ordens para pedir ao Departamento de Documentação Histórica do Gabinete da Presidência da República para lançar antecipadamente as joias da Arábia Saudita apreendidas pela Receita Federal, mesmo sem as peças terem sido liberadas pelo órgão.
A funcionária trabalhava diretamente com Mauro Barbosa Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apurou o colunista Valdo Cruz, do G1. As joias, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foram apreendidas em outubro de 2021, quando uma comitiva do governo Bolsonaro retornava ao Brasil após uma viagem oficial à Arábia Saudita.
Ainda de acordo com a informações da coluna, a servidora entregou à PF um áudio sobre o assunto, recebido por ela no dia 29 de dezembro. A gravação registrou a voz de um tenente de nome Cleiton, que estaria de plantão na coordenação da Ajudância de Ordens da Presidência, determinando que os ofícios enviados ao Departamento de Documentação Histórica fossem excluídos do sistema porque a operação de resgate das peças tinha fracassado.
A ação confirma que o gabinete da Presidência pediu o lançamento antecipado das joias na véspera em que o ex-presidente deixou o país, antes mesmo da liberação da Receita. Além do áudio, documentos sobre as operações de inclusão e exclusão dos itens foram entregues à Polícia Federal.
Bolsonaro queria que as peças fossem cadastradas no sistema federal como “acervo privado”, já que, segundo a justificativa, se tratava de presente do regime saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Documento a que o Estadão teve acesso mostra que o então presidente não tinha a intenção de repassar o bem para o acervo público da Presidência da República, o que significaria manter as joias sob controle do Estado.
A tentativa foi frustrada porque o auditor fiscal da Receita em Guarulhos, Marco Antônio Santana, negou entregar ao emissário de Bolsonaro o conjunto de colar, par de brincos, anel e relógio da marca suíça Chopard.
DEVOLUÇÃO
Nesta sexta, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) recorreu da decisão que permitiu que Bolsonaro permaneça co