Ministro diz que PF segue com investigação sobre o caso
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou ontem que a Polícia Federal (PF) está fazendo diligências no inquérito instaurado para investigar o caso das joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita. Segundo o ministro, eventualmente, o ex-chefe do Executivo poderá ser intimado a depor no inquérito.
"Temos diligências ocorrendo neste instante. Há pessoas sendo ouvidas todos os dias", afirmou Dino, ao deixar um evento sobre liberdade de expressão, na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com Dino, caso Bolsonaro não responda a alguma intimação e continue no exterior, o governo brasileiro poderia, "eventualmente", acionar mecanismos de cooperação internacional, para fazer o ex-presidente depor.
"Em algum momento, como investigado, o ex-presidente (Bolsonaro) será intimado a prestar depoimento. E aí, caso ele não compareça, nasce uma situação nova, em que poderá haver ou não o acionamento de mecanismos de cooperação jurídica internacional", disse o ministro da justiça.
Mesmo assim, Dino avalia que a PF tem condições de terminar as investigações sem, necessariamente, tomar um depoimento de Bolsonaro. Por outro lado, o ministro ressaltou que prestar o depoimento, se for mesmo na condição de investigado, seria um direito do ex-presidente, para exercer plenamente sua defesa.
"Estamos diante de fatos que têm provas documentais. São imagens, filmes, ofícios, papéis, as chamadas provas materiais. Temos outras pessoas sendo ouvidas, em provas testemunhais. Então, sim, será possível concluir o inquérito independentemente de ele ser ouvido ou não. Espero que ele compareça, porque é um direito dele", completou Dino na mesma entrevista.