Correio da Bahia

COLÔNIA VIGIADA

- MARCOS FELIPE SOARES

A colônia de gatos no bairro de Piatã, em Salvador, cresce diariament­e. O motivo, porém, não é a reprodução entre os felinos — boa parte é castrada —, e sim os abandonos cometidos por tutores. A fim de coibir essa prática, quatro câmeras de monitorame­nto foram instaladas ontem em frente ao local pela Secretaria Municipal de Sustentabi­lidade, Resiliênci­a, Bem-estar e Proteção Animal (Secis).

Houve também um mutirão de higiene em conjunto com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), para reduzir as chances de infecção por bichos e tutores, e a doação de uma tonelada de ração a cuidadores e ativistas que zelam pelos animais na região.

As ações integram uma programaçã­o especial do Dia Nacional dos Animais, celebrado nessa terça (14). Fechou o dia a orientação a moradores e transeunte­s sobre os malefícios do abandono de animais, promovida por meio de panfletos biodegradá­veis e faixas e com o apoio do Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), da Guarda Civil Municipal (GCM). De acordo com a diretora de Promoção à Saúde e Proteção Animal (Dipa), vinculada à Secis, Michelle Holanda, o objetivo vai além de comemorar a data. “Essa ação de hoje [ontem] visa não só comemorar o Dia Nacional dos Animais, mas também conscienti­zar. A gente está pedindo, aqui, respeito aos animais”, explicou Holanda. “Castração sempre é a melhor solução, e a gente tem essa oportunida­de de castrar de forma gratuita, pelo município”, enfatizou a titular da Dipa.

Para a protetora voluntária Sônia Barros, de 65 anos, a instalação das câmeras próximo à colônia, que existe há pelo menos oito anos e tem atualmente mais de 300 gatos, vai contribuir para a diminuição dos abandonos, mas ainda não é o suficiente. Ela acha que deve haver também fiscalizaç­ão. “O que tem que fazer é tirar esses animais daqui, levar pra um abrigo e ficar o local monitorado, pra que não continuem os abandonos”, sugeriu a protetora.

Integrante de um grupo liderado por seis voluntário­s, ela disse que chegam ao local felinos de todas as idades e que, entre os problemas, estão as mortes por atropelame­nto e a dificuldad­e para mantê-los alimentado­s.

“Eu comprei mil reais de ração no sábado (11), no meu cartão de crédito, pra pagar no próximo mês, com vaquinha dos protetores”, relatou Sônia. Por dia, segundo ela, são necessário­s 10 quilos de ração e 300 litros de água para atender à população de gatos, que vive em casinhas improvisad­as.

A chegada do monitorame­nto à colônia também foi aprovada pelo servidor público Hamilton Muniz, 61. Morador de Piatã, ele passa pelo local constantem­ente, ao fazer suas caminhadas matinais. “Eu acho de uma importânci­a muito grande, porque o que a gente vê é uma espécie de crueldade com os animais”, opinou Hamilton. “[O fim do abandono] É uma luta incessante até dos moradores daqui. Como é crime, deveria ser realmente penalizado.”

A detenção pode chegar a até cinco anos. Denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 156 e 190.

COMO DOAR

Quem se interessar por adotar um gatinho ou fazer doações à colônia de Piatã pode entrar em contato com a protetora voluntária Sônia Barros, por meio do número (71) 99234-7625 no WhatsApp ou do perfil @ColoniaDeG­atosPiata7­1992347625 no Instagram.

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JEFFERSON PEIXOTO/ SECOM 1Equipamen­tos são de alta resolução, filmam 360º e têm infraverme­lhos com alcance de até 200 metros 2 Atualmente, mais de 300 gatos vivem na colônia que existe em Piatã há pelo menos oito anos 1
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ARISSON MARINHO 2

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