COLÔNIA VIGIADA
A colônia de gatos no bairro de Piatã, em Salvador, cresce diariamente. O motivo, porém, não é a reprodução entre os felinos — boa parte é castrada —, e sim os abandonos cometidos por tutores. A fim de coibir essa prática, quatro câmeras de monitoramento foram instaladas ontem em frente ao local pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis).
Houve também um mutirão de higiene em conjunto com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), para reduzir as chances de infecção por bichos e tutores, e a doação de uma tonelada de ração a cuidadores e ativistas que zelam pelos animais na região.
As ações integram uma programação especial do Dia Nacional dos Animais, celebrado nessa terça (14). Fechou o dia a orientação a moradores e transeuntes sobre os malefícios do abandono de animais, promovida por meio de panfletos biodegradáveis e faixas e com o apoio do Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa), da Guarda Civil Municipal (GCM). De acordo com a diretora de Promoção à Saúde e Proteção Animal (Dipa), vinculada à Secis, Michelle Holanda, o objetivo vai além de comemorar a data. “Essa ação de hoje [ontem] visa não só comemorar o Dia Nacional dos Animais, mas também conscientizar. A gente está pedindo, aqui, respeito aos animais”, explicou Holanda. “Castração sempre é a melhor solução, e a gente tem essa oportunidade de castrar de forma gratuita, pelo município”, enfatizou a titular da Dipa.
Para a protetora voluntária Sônia Barros, de 65 anos, a instalação das câmeras próximo à colônia, que existe há pelo menos oito anos e tem atualmente mais de 300 gatos, vai contribuir para a diminuição dos abandonos, mas ainda não é o suficiente. Ela acha que deve haver também fiscalização. “O que tem que fazer é tirar esses animais daqui, levar pra um abrigo e ficar o local monitorado, pra que não continuem os abandonos”, sugeriu a protetora.
Integrante de um grupo liderado por seis voluntários, ela disse que chegam ao local felinos de todas as idades e que, entre os problemas, estão as mortes por atropelamento e a dificuldade para mantê-los alimentados.
“Eu comprei mil reais de ração no sábado (11), no meu cartão de crédito, pra pagar no próximo mês, com vaquinha dos protetores”, relatou Sônia. Por dia, segundo ela, são necessários 10 quilos de ração e 300 litros de água para atender à população de gatos, que vive em casinhas improvisadas.
A chegada do monitoramento à colônia também foi aprovada pelo servidor público Hamilton Muniz, 61. Morador de Piatã, ele passa pelo local constantemente, ao fazer suas caminhadas matinais. “Eu acho de uma importância muito grande, porque o que a gente vê é uma espécie de crueldade com os animais”, opinou Hamilton. “[O fim do abandono] É uma luta incessante até dos moradores daqui. Como é crime, deveria ser realmente penalizado.”
A detenção pode chegar a até cinco anos. Denúncias podem ser feitas por meio dos telefones 156 e 190.
COMO DOAR
Quem se interessar por adotar um gatinho ou fazer doações à colônia de Piatã pode entrar em contato com a protetora voluntária Sônia Barros, por meio do número (71) 99234-7625 no WhatsApp ou do perfil @ColoniaDeGatosPiata71992347625 no Instagram.