Conectado, Brasil é o país dos digital influencers
Mercado Negócios bateram os US$ 16,4 bilhões no ano passado e tendência é de crescimento
Com uma população de aproximadamente 215 milhões de habitantes, o Brasil tem hoje 242 celulares em circulação – dá uma média de mais de um por pessoa. Num país tão conectado, é fácil compreender o motivo pelo qual tantas pessoas investem no trabalho como influenciadores digitais. O sonho é sempre o de atingir os números de seguidores estrelas como Luva de Pedreiro ou Whinderson Nunes, entretanto, mesmo sem fileiras tão grandes nas listas de contato, ainda há espaço para bons profissionais neste setor.
O mercado de influenciadores movimenta bastante recursos. Um levantamento do Influencer Marketing Hub estima que no ano passado os influencers de todo o mundo faturaram cerca de US$ 16,4 bilhões - com crescimento de 19% em relação 2021. Ainda distantes destes números, as influenciadoras digitais baianas Val Benvindo e Hela Cerqut foram as convidadas do jornalista Donaldson
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porcento foi o aumento do faturamento nos negócios de influenciadores digitais no mundo em 2022, de acordo com o Influencer Marketing Hub
Gomes no programa Política & Economia veiculado ontem no Instagram do CORREIO (@correio24horas).
“Tem espaço para todo mundo. Algumas pessoas pensam que trabalhar na internet é apenas ligar o celular e publicar um conteúdo, mas não é assim. Tudo é pensado, a gente para, se planeja, quando fazemos uma publi, existe toda uma equipe por trás trabalhando”, conta Val. “Quando a gente não conta com uma equipe, é o caso da ‘euquipe’, em que a pessoa faz o papel do redator, do ator, do câmera e isso tudo dá muito trabalho”, explica.
Um espaço que sempre estará disponível parte muito da observação de quem quer produzir conteúdo, diz a influenciadora. Para ela, um bom caminho inicial é o de pensar no tipo de coisa que gostaria de assistir, mas que não encontra na rede.
“A indústria da influência digital se aproxima dos US$ 20 bilhões em faturamento e a expectativa para os próximos anos é de que ela deve dobrar de tamanho”, diz Hela. “A gente tem um número enorme de celulares em circulação no Brasil, é verdade, mas ainda tem muito espaço para crescer no acesso à internet e isso vai impactar nos espaços para influenciadores”, acredita. Segundo ela, o cenário brasileiro é diferente do americano, onde tanto o acesso aos aparelhos quanto à internet já se generalizou.
Mesmo áreas em que já existam um número grande de profissionais atuando ainda têm espaço para boas ideias, acredita a influencer. “A audiência vai se conectar com o seu jeito de apresentar o assunto, então se você investir naquilo que gosta, vai conseguir encontrar um espaço”, acredita.
Val conta que foi atraída pela internet por conta de sua sociabilidade e por gostar muito de tirar fotografias. “Eu sempre gostei muito do audiovisual e as redes sociais foram os espaços onde nossas vozes afloraram”, lembra. “Eu acho que eu sou a minha própria revista eletrônica nas redes sociais, tem muito do que eu sou. Tem piada, reflexão e é aquilo que eu sou”.
“Eu sou a baiana tradicional, que não nasceu, estreou. Amo me aparecer”, diz Hela. Segundo ela, as pessoas mais próximas foram trazendo feedbacks para ela de que precisava postar mais conteúdos porque o que ela apresentava despertava interesses. Durante a pandemia, a advogada por formação e “artista emergente”, como se apresenta começou a utilizar mais as ferramentas para o seu trabalho e se encontrou diante do que gosta mesmo de fazer. “Eu comprei um tripé, o mesmo que estou usando agora, em março de 2020, no último dia em que os shoppings estiveram abertos antes de tudo fechar”, conta Hela. Segundo ela, hoje o equipamento é praticamente uma extensão dela.
Decidida a trocar uma carreira consolidada pelo sonho de viver das redes sociais, Hela conta que começou a estudar muito o mercado, algo que recomenda para qualquer um que queira se aventurar no mercado digital. “Os dados de crescimento dos influenciadores são impressionantes, é um mercado gigantesco, mas não é para amadores. Estamos falando de algo que precisa ser tratado como uma profissão”, acredita. Desde o ano passado, ela deixou de lado a advocacia, para evitar comparações com o desempenho na profissão atual.
“Eu parei justamente para não ficar comparando só desempenhos”, diz Hela.
Para Val Benvindo, o celular sempre foi uma ferramenta de trabalho. A jornalista trabalhou muito tempo como produtora, então sempre usou o bastante o aparelho. Para ela, a “virada de chave” em relação ao papel de influenciadora digital aconteceu durante a pandemia.
“Eu vi que queria trabalhar com aquilo, era um hobby que eu sempre desejei transformar em trabalho e não via espaço antes. Quando tivemos a pandemia, percebi que era o momento”, lembra a jornalista.
Algumas pessoas pensam que trabalhar na internet é apenas ligar o celular e publicar um conteúdo, mas não é assim. Tudo é pensado, a gente para, se planeja, quando fazemos uma publi, existe toda uma equipe por trás trabalhando Val Benvindo
Influenciadora digital
A gente tem um número enorme de celulares em circulação no Brasil, é verdade, mas ainda tem muito espaço para crescer no acesso à internet e isso vai impactar nos espaços para influenciadores Hela Cerqut
Influenciadora digital