Desvio de doações: celulares de vítimas são periciados
GOLPE NA RECORD A Polícia Civil recolheu para perícia celulares dos familiares de uma das vítimas do suposto desvio de doações que está sendo investigado na RecordTV Itapoan. O caso é apurado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), que também está analisando depoimentos, matérias jornalísticas, vídeos e prints de redes sociais.
Ainda não há confirmação sobre o número total de vítimas do esquema que funcionava através do programa Balanço Geral. Pessoas em dificuldade relatavam seus casos durante o programa, comovendo o público, que fazia doações via Pix. O dinheiro, no entanto, não era repassado pela emissora. Cerca de R$ 800 mil teriam sido desviados. Ao menos dois jornalistas são investigados - nem a Record nem a polícia divulgaram os nomes dos envolvidos.
A Polícia Civil solicita ainda às pessoas que se identificam como vítimas para comparecer à DreofCiber, no bairro da Mouraria, e fazer a denúncia.
A emissora tomou conhecimento da fraude depois que o jogador de futebol Anderson Talisca, ex-Bahia, doou um valor para uma criança com câncer e procurou a família para checar como estavam e colocar a doação no imposto de renda. Informado de que eles não receberam dinheiro algum, o atleta acionou a produção da TV. Além da criança com câncer, que morreu tempos depois, outra pessoa que se disse vítima do golpe foi o ambulante Adriano Lima.
“Eu liguei, mandei mensagem e fui lá [na TV] em setembro, novembro e dezembro [de 2022]. Quando liguei, dava ocupado o número. Nas mensagens, ninguém me respondia. Lá na sede da emissora disseram que não estavam recebendo ninguém por causa da covid-19. Resultado: fiquei sem a ajuda que era pra mim”, contou ao CORREIO na época em que o caso veio à tona. A ajuda para ele viria depois que o ambulante teve a casa invadida e perdeu tudo.
Com o caso oficialmente denunciado à polícia, a Record também prometeu apuração interna.