Correio da Bahia

Lendas do nosso folclore

Netflix Cidade Invisível volta para segunda temporada propondo mais intimidade entre público e personagen­s

- Vinícius Nascimento REPORTAGEM vinicius.nascimento@redebahia.com.br

Na ficção e na realidade, passaram-se dois anos até o retorno de Cidade Invisível, série da Netflix que se destacou por levar uma mitologia regional para uma produção internacio­nal. O que não chega a ser novidade em produções do mainstream. Basta ver personagen­s como Thor e Loki, da Marvel, ambos oriundos da mitologia nórdica. O que nunca tínhamos visto era o folclore afro-ameríndio nessa perspectiv­a.

Para refrescar a memória antes de acompanhar a segunda temporada do programa estrelado por Marcos Pigossi e Alessandra Negrini: a trama segue o policial ambiental Eric (Pigossi), que perde seu grande amor, Gabriella (Julia Konrad), que morreu para salvar a filha Luna (Manuela Dieguez) de um incêndio sem explicação.

Agora, ao mesmo tempo que busca reaproxima­ção da filha, descobre que um boto cor-de-rosa morreu numa praia do Rio de Janeiro. Ele coloca o animal na mala do carro e depois vê que ele se transformo­u num corpo humano. Nas investigaç­ões, descobre que aquele homem era seu pai. A trama traz outros personagen­s conhecidos, como a Cuca interpreta­da por Negrini.

A trama da primeira temporada acaba com Eric se sacrifican­do à entidade Corpo Seco numa luta com o Curupira. E é a partir daí que começam os novos episódios, que agora contam com os perfis dos personagen­s mais esmiuçados na narrativa, devidament­e apresentad­os ao público.

Manu Dieguez conta que Luna, sua personagem, foi uma das que mais mudou entre as temporadas: além do amadurecim­ento natural, houve um aumento na determinaç­ão da garota, que luta para encontrar o pai e não pretende medir esforços para alcançar o objetivo. Sim, Eric está vivo. Mas, numa espécie de outra dimensão.

Marcos Pigossi, intérprete de Eric, chega num momento diferente da vida. Após o lançamento da primeira temporada, ele revelou sua homossexua­lidade e conta que tem uma expectativ­a alta para que as pessoas não o olhem de uma maneira diferente por isso: “É a mesma história, o mesmo universo”.

REPRESENTA­TIVIDADE

“A gente passou muito tempo no audiovisua­l brasileiro tentando fazer o que Hollywood ou outros mercados estavam fazendo, quando a gente tem um país riquíssimo em história, em conteúdo, em lendas, em diversidad­e”, defende o ator.

A recepção da série ao redor do mundo foi excelente na primeira temporada, com Cidade Invisível emplacando no Top 10 da Netflix em 40 países. Para a nova temporada, o diretor Carlos Saldanha (A Era do Gelo, O Touro Ferdinando, Rio) optou por ambientar a história em Belém (antes era no Rio), além de trazer maior contingent­e de personagen­s femininas e dos povos originário­s

“É muito gratifican­te para a gente poder fazer isso, porque mostra que o Brasil é plural. A série não tem caricatura­s. A proposta é a de mostrar todos os lados da cultura brasileira dentro do contexto atual”, explica o diretor.

Buscando uma conexão com temas atuais, a segunda temporada tem, na sua ambientaçã­o, o garimpo ilegal de ouro, que se torna um dos vários problemas que Eric, Luna e companhia precisam desenrolar para ficarem juntos novamente.

Nesta nova temporada, Carlos Saldanha consegue levar para as telinhas a mesma fantasia ‘realista’ de seus trabalhos com animação, como A Era do Gelo e Rio, que falam sobre problemas ambientais e a relação entre homem e natureza. Dessa vez, o diálogo é com a cultura brasileira e a riqueza de elementos que nossas histórias possuem. Inclusive, para que outras novas histórias, mundos, narrativas e realidades sejam contadas sem forçação de barra, mas apresentan­do parte daquilo que temos de melhor na cultura popular.

A gente passou muito tempo no audiovisua­l brasileiro tentando fazer o que Hollywood ou outros mercados estavam fazendo, quando a gente tem um país riquíssimo em história, em conteúdo, em lendas, em diversidad­e Marcos Pigossi ator

É muito gratifican­te para a gente poder fazer isso, porque mostra que o Brasil é plural. A série não tem caricatura­s. A proposta é ade mostrar todos os lados da cultura brasileira dentro do contexto atual Carlos Saldanha diretor

A próxima edição da Feira de Variedades da Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia acontece domingo, no Largo da Mariquita, Rio Vermelho, das 16 às 23 horas. Ela se integra à programaçã­o do Festival da Cidade, com moda, acessórios, artesanato, gastronomi­a e peças de costura criativa.

Iniciativa do sambista e compositor Pedrão Abib, o projeto Roda de Samba Autoral acontece nesta sexta, 21h, na Casa da Mãe, Rio Vermelho, com participaç­ão especial de Guiga de Ogum. Na primeira parte do show o repertório tem apenas sambas autorais; na segunda, sucessos de várias gerações. Ingressos: R$ 20.

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DIVULGAÇÃO 1
 ?? ?? 3 1 A Mula Sem Cabeça é um dos seres mitológico­s em alta nessa temporada 2 O diretor Carlos Saldanha eo ator Marcos Pigossi no set de filmagens 3 Alessandra Negrini retorna na pele da Cuca, uma bruxa cheia de sabedoria
3 1 A Mula Sem Cabeça é um dos seres mitológico­s em alta nessa temporada 2 O diretor Carlos Saldanha eo ator Marcos Pigossi no set de filmagens 3 Alessandra Negrini retorna na pele da Cuca, uma bruxa cheia de sabedoria
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DIVULGAÇÃO O sambista Pedrão Abib

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