Correio da Bahia

MEMÓRIAS DE NOSSA DOCE BAÊA NENÉM

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Para ganhar seus dez primeiros títulos da cidade, o Bahia levou 17 anos: de 1931 a 1948; para alcançar 20 títulos, já estaduais, em 1962, mais 14 anos; já o trigésimo veio em 1979, 17 anos; a taça número 40, 1994, escassos 15 anos.

Este ano, o Bahia Cidade vai levar o dobro de tempo até juntar 50: de 1994 para 2023, 29 anos! É o mesmo Bahia... O investidor do Itabuna, tadinho, um neném no ramo. Agora, com pix, resolve-se tudo à boca pequena...é recorde!

Os títulos 30 e 40 são nelsonrodr­igueanos. P.L. adolescent­e numa Salvador encantada. Podia-se tirar doce das paredes. Dia das Crianças, 27 de setembro, caruru de Cosme. A decisão de 1979 caiu sexta, 28, de noite.

Chuvinha (oi Silvinha...) fina, dessas de encher rio, chuá, chuá... O futebol baiano dava gosto: dois irmãos técnicos da Seleção, seu Aymoré, Vitória x seu Zezé, Bahia. Fito entrou. Melou quiabo na bola. Gelson papou. Bahia hepta.

No título 40, tinha 10 formado jornalista, trabalhand­o direto. Queria adiantar o fechamento do caderno de oito páginas, curti o gol de Dão e fui editar. O Leão tinha Rodrigo, Ramon, Alex Alves, Pichetti... tinha lapeado dois 4x0 no Bah!

João Marcelo me quebrou. Saiu de cãibra (cãibra!). Gooooooool de Raudinei, nos acréscimos. Gelei. Tive de refazer tudo... veio a ideia de escrever “Baêa”, como a torcida dizia.

“Baêa, 40 vezes Baêa” foi nossa manchete. Ain, o nome certo é Bahia, muita gente sabichona chiou da edição de 8 de agosto de 1994 do jornal Bahia Hoje, de seu Pedro Irujo. Depois, acrescenta­ram o “minha porra” e ficou tudo certo!

O repórter Alan Rodrigues levou o “Baêa” para um de seus textos-dinamite: “O Bahia, ou Baêa, como preferem os seguidores desta religião, costuma se superar quando as coisas estão difíceis...”

O repórter Flávio Novaes destacou Souza, emprestado pelo Galícia, supercílio cortado, verteu o sangue quando Raudinei entrou no intervalo, porque Joel Sardinha Santana tirou um volante. O herói esquecido: Souza.

Raudinei disse: “Souza tocou a bola para mim entre dois zagueiros e eu tive a intenção de dar um toquinho para dominar antes de chutar, mas a bola caiu na minha perna boa, a esquerda, e eu bati de primeira... Não teve defesa”.

Além de Flávio e Alan, a editoria era José Pacheco, Paulo Lafene, Washington Sidney, Alexandre Carolo... a condição: rejeitar dengo de governo, clube, federação ou jogador. Deu foi problema!

O Bahia Hoje foi a primeira redação informatiz­ada de Salvador. As tintas vinham dos U.S.A., das edições encadernad­as dos jornais nos quais trabalhei é a mais conservada. Teve a primeira editoria de foto da Bahia!

O escrete era Fred Passos, Marco Aurélio Martins, Margarida Neide, Paulo Neves, Rogério Ferrari, Sora Maia, Débora Paes, Shirley Stolze, Welter Araújo e Valter Pontes. Colunistas, um luxo só: Armandos Oliveira e Nogueira.

1994 foi flórida! Senna morreu, teve o Plano Real, nosso Hollyfield estava em Paris, Romário e Bebeto conduziram ao tetra... e o Camaçari ganhou o primeiro turno!

O Bahia tinha um goleiro de 22 anos (Jean) e 12 da base, entre os quais Paulo Emílio, Uéslei, Marcelo e Maílson. Campeonato de quatro turnos, fevereiro a agosto, 97 mil pagantes em paz no Ba-Vi decisivo! Quem viveu, viveu!

“Baêa, 40 vezes Baêa” foi nossa manchete. Ain, o nome certo é Bahia, muita gente sabichona chiou da edição de 8 de agosto de 1994 do jornal Bahia Hoje. Depois, acrescenta­ram o “minha porra” e ficou tudo certo!

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