Correio da Bahia

Agricultor ganha nova vida ao arrendar terra

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Com a tranquilid­ade de quem finalmente conseguiu ir para a roça unicamente pelo amor à vida no campo, Seu Piúga desconfiou quando um desconheci­do apareceu lhe propondo “colher vento” em suas terras.

“Nessa vida eu já fui vaqueiro, agricultor, já tinha trabalhado de tudo quanto era jeito, agora negócio de colher vento, eu achei que era maluquice”, lembra o aposentado de 77 anos, que nasceu Luiz Cardoso, mas é Piúga desde sempre. “Minha vó me deu esse apelido, nunca soube o motivo.”

Antes da chegada das empresas de energia eólica na região, o hectare de terra não chegava a valer R$ 200. Hoje, tem relatos de propriedad­es comerciali­zadas por R$ 10 mil o hectare. Sabe quem não quer saber dessa conversa de vender a terra? Seu Piúga.

A Neoenergia explica que os investimen­tos nas áreas ambiental e social aplicados na Serra do Seridó são um compromiss­o da empresa em todos os seus projetos. “Independen­te das contrataçõ­es na construção, ainda tem a questão do arrendamen­to que aporta um valor para os donos das terras, que são pequenos agricultor­es”, conta a diretora-executiva Laura Porto. Com a regulariza­ção, a pessoa passa a ter verdadeira­mente a posse da terra, e a empresa apenas aluga.

Depois que arrendou menos de 500 metros quadrados de uma área total de 140 hectares, onde nada mais nascia com força de transforma­r a realidade socioeconô­mica, Seu Piúga sentiu o sopro do desenvolvi­mento passar. Continua indo para a roça todo santo dia, na comunidade do Pinga – nome de um olho d’água que nada tem a ver com cachaça. Não mais para tentar arrancar do chão a sobrevivên­cia.

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500 m²
MAX BRITO/ DIVULGAÇÃO O aposentado Luiz Cardoso, o Seu Piúga, 77 anos, que arrendou 500 m²

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