Fazendeiros e policiais investigados por invadir terras
SANTA MARIA DA VITÓRIA Um grupo criminoso armado, formado por fazendeiros e policiais, foi alvo ontem da Operação Destocado, deflagrada na manhã desta quinta (23), pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco).
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão nos municípios de Santa Maria da Vitória, Santana, Barreiras e Várzea da Roça, no oeste do estado.
Segundo as investigações, o grupo criminoso vem causando medo e terror aos moradores da comunidade tradicional, que fica na região do Mutum, em Santa Maria da Vitória, e é conhecida como ‘Fecho de Pasto do Destocado’.
A pedido do Ministério Público, a Vara Criminal de Santa Maria da Vitória determinou também o afastamento do policial civil investigado. O nome dele não foi divulgado.
Legalmente reconhecida pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial (Sepromi), a comunidade possui famílias residentes há pelo menos cinco gerações e sofre, desde 2016, com atos intimidatórios contra a posse tradicional da terra.
Após denúncias, o Ministério Público passou a apurar a atuação do grupo criminoso, que age para expulsar violentamente a comunidade das terras, por meio de ameaças, constrangimento ilegal, esbulho possessório, com emprego de violência e incêndio (grilagem), além da violação da integridade física e patrimonial, em contexto associativo ou de organização criminosa.
Entre os atos de violência praticados, destacam-se os ocorridos na madrugada de 14 de julho de 2022, quando o grupo, fortemente armado, invadiu e ateou fogo em casas da comunidade, uma das quais ocupada por seis pessoas, entre idosos e crianças.
Segundo as investigações, o grupo criminoso vem causando medo e terror a moradores de uma comunidade tradicional na região