Correio da Bahia

Atenção, orfãos do Civic

Bem equipado, Sentra está de volta ao Brasil. Nissan quer ser opção para clientes de sedã da Honda

- Antônio Meira Jr., de São Paulo EDITOR DE VEÍCULOS antonio.meira@redebahia.com.br O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA NISSAN

Há alguns anos, o mercado de sedãs médios se equiparava em concorrent­es ao que hoje acontece com SUVs compactos. Fabricante­s como Citroën, Ford, Hyundai, Peugeot e Renault disputavam uma fatia desse segmento que atualmente é dominado pelo Toyota Corolla.

Quem quer recuperar espaço é a Nissan. Depois de quatro anos, o Sentra está de volta ao Brasil para competir com o Corolla e, mais que isso, ser uma opção aos consumidor­es do Civic. A situação do modelo da Honda é peculiar: o carro deixou de ser produzido localmente no final de 2021 e, neste ano, começou a ser importado da Tailândia.

A questão é que o Civic ficou muito caro: custa R$ 224.900 na única versão que chega ao país. Enquanto isso, a Toyota cobra entre R$ 146.890 (GLI) e R$ 190.590 (Altis Hybrid Premium Pack) pelo Corolla. Importado do México, país que tem acordo de livre comércio automotivo com o Brasil, o Sentra chega em duas versões: Advance (R$ 148.490) e Exclusive (R$ 171.590).

O veículo é sempre equipado com o motor 2 litros aspirado, que entrega 151 cv de potência e 20 kgfm de torque. Esse propulsor é associado a uma transmissã­o automática do tipo CVT, sistema similar ao adotado no veículo da Toyota. Dessa forma, não disputa com as versões híbridas do Corolla e nem com a esportiva de outro sedã remanescen­te, o Volkswagen Jetta.

A boa novidade em relação ao Sentra que avaliei no ano passado nos Estados Unidos, que também é abastecido pela fábrica mexicana, é a opção de trocas manuais de marcha pelos paddle shifts.

COMO É O CARRO

Com 7 milhões de unidades vendidas, o Sentra foi lançado globalment­e em 1982 e, no Brasil, debutou em 2004. Na época, estava na metade da quinta geração e foi comerciali­zado aqui até o final do sétimo ciclo. A atual foi apresentad­a em 2019 e começou a ser vendida em alguns países no começo do ano seguinte.

Apesar do acabamento interno superior em relação ao Corolla, o que inclui até a chave, a Nissan peca em oferecer um freio de estacionam­ento por pedal mesmo sistema que a Toyota adotou para o Corolla Cross e que a Nissan também aplica no Leaf, seu modelo 100% elétrico.

O porta-malas tem capacidade para 466 litros, apenas 4 litros a menos que o rival. Entre os equipament­os, o Sentra tem nas duas versões itens como bancos com ajustes elétricos, revestimen­to em couro sintético preto, alerta de colisão frontal e seis airbags. A configuraç­ão topo de linha agrega teto solar, sistema de som Bose, aviso de mudança involuntár­ia de faixa, monitorame­nto de ponto cego, câmera 360 graus e alerta de tráfego cruzado.

Além de bem equipado, o sedã conta com suspensão independen­te nas quatro rodas com um bom acerto para o conforto. Os freios são a disco nos dois eixos e os bancos são anatómicos.

O carro é oferecido apenas em quatro cores sóbrias (preta, prata, cinza e brancas) e tem uma novidade em relação ao universo dos sedãs, o teto contrastan­te. Com isso, na versão Exclusive, o cliente pode ter o topo do carro pintado de preto quando escolhe a cor branca ou a cinza.

Se quiser gastar mais R$ 2 mil na opção Exclusive, é possível incluir acabamento dos bancos em couro na cor bege.

As outras opções para o consumidor que aprecia os sedãs médios são o Chevrolet Cruze, que custa a partir de R$ 148.650, e o Caoa Chery Arrizo 6, que é híbrido e vendido em versão única por R$ 152.490.

Nos dois primeiros meses do ano, o Corolla somou 5.085 emplacamen­tos contra 199 do Civic, 135 do Cruze e 108 do Arrizo 6. Com preços competitiv­os e um produto bem acertado, a Nissan tem ótimas chances para ser a vice-líder do segmento.

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