Tratamento com CAR-T Cell é arma contra cânceres
SUS O paciente Paulo Peregrino, 61, lutava contra um câncer há mais de 10 anos e estava em vias de começar os cuidados paliativos quando foi submetido a um tratamento com o CAR-T Cell, em abril e, em apenas um mês, teve remissão completa do seu linfoma. O método tem como alvo três tipos de cânceres: leucemia linfoblástica B, linfoma não Hodgkin de células B e mieloma múltiplo, que atinge a medula óssea. O tratamento contra mieloma múltiplo não está disponível no país.
Até o presente momento, 14 pacientes foram tratados com o CAR-T Cell com verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O índice de remissão dos tumores em todos os pacientes que foram submetidos ao tratamento foi de 60% e a recuperação ocorreu no Sistema Único de Saúde (SUS).
A perspectiva é que, no segundo semestre, mais 75 pacientes possam ter acesso ao CAR-T Cell com verba pública, especialmente depois que a Anvisa autorizou o estudo clínico. Atualmente,
o tratamento oncológico só era feito na rede privada, com um custo mínimo de R$ 2 milhões por pessoa.
"Devido ao alto custo, este tratamento não é acessível em grande parte dos países do mundo. O Brasil, por outro lado, encontra-se em uma posição privilegiada e tem a rara oportunidade de introduzir este tratamento no SUS em curto período de tempo", diz Dimas Covas, em entrevista ao G1. Covas é coordenador do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, responsável pela versão brasileira dessa tecnologia.