Correio da Bahia

Para presidente da ABPT, estado vive apagão ferroviári­o

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TRANSPORTE Após uma série de investimen­tos em seus terminais portuários, a Bahia agora precisa superar um “apagão” na área do transporte ferroviári­o, avisa o empresário baiano Roberto Oliva, presidente do conselho da Intermarít­ima. Ele foi reeleito esta semana presidente do Conselho Deliberati­vo da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), entidade que reúne empresas que atuam em 234 áreas portuárias espalhadas por todo o Brasil.

A entidade envolve empresas que movimentam os mais diversos tipos de produtos no país, desde cargas conteineri­zadas, cargas gerais, líquidos e gasosos, movimentan­do a produção de todos os setores econômicos, dos grandes complexos industriai­s até os polos agrícolas.

“Tudo o que entra e sai do Brasil, o que houver de investimen­to privado nos portos brasileiro­s, dialoga com a ABTP”, explica Oliva. Com isso, quase 90% de tudo o que é movimentad­o por portos no país passa pela área de algum associado da entidade, diz. “Nós representa­mos 19,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, isso nos dá uma representa­tividade muito grande para dialogar com todo o ecossistem­a portuário brasileiro”, acredita.

Para Roberto Oliva, a indicação dele para este novo mandato é uma garantia de que as demandas do Nordeste na área portuária serão encaminhad­as. “O fato de eu ser da Bahia, e do Nordeste, já que a Intermarít­ima atua também no Rio Grande do Norte, muda uma tradição antiga, porque o comando sempre foi do Sul e Sudeste”, diz.

Ele cita a presença de baianos como o ex-secretário de Infraestru­tura do Estado, Marcus Cavalcanti, no governo federal – agora à frente da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimen­tos da Casa Civil – como uma oportunida­de para levar adiante os pleitos da Bahia na área da Infraestru­tura.

“Temos que ver como conseguir medidas para destravar o desenvolvi­mento da Bahia. O nosso estado vive um apagão ferroviári­o”, lamenta. Segundo ele, isso tem impedido a economia da região de aproveitar todo o seu potencial para a operação logística. “Apesar de estar no meio do país, de ter essa dádiva dada pelo Criador, que é a Baía de Todos-os-Santos, com águas profundas e pouco assoreamen­to, de fazer limite com oito estados brasileiro­s, nós estamos ficando isolados pela falta de acessos ferroviári­os e pela má qualidade dos acessos rodoviário­s”.

Roberto Oliva cita a necessidad­e de buscar soluções para ligar o estado no sentido norte-sul via ferrovias, para conectar as regiões produtoras com os mercados do Sudeste e dos demais estados do Nordeste. “A gente precisa entroncar com a VLI em Minas Gerais, com a Transnorde­stina”, recomenda.

O presidente do Conselho Deliberati­vo da ABTP diz que o problema dos acessos é mais agravado na Bahia, mas se trata de uma questão nacional. “O setor portuário, pela sua pujança, foi o que mais respondeu aos chamamento­s do governo para fazer investimen­tos. Eu posso citar na Bahia o Tecon, que não tem nada mais moderno, nossos arrendamen­tos, o arrendamen­to de Aratu com a CS, a Enseada movimentan­do minério de ferro e o TPC escoando grãos, para falar só de alguns. Mas este movimento não foi acompanhad­o por uma expansão na infraestru­tura de acessos ferroviári­os e mesmo rodoviário­s”, diz, lembrando, por exemplo, que o trecho da BR-324, entre Salvador e Feira de Santana, possui hoje a mesma capacidade de movimentaç­ão de veículos que tinha na década de 70.

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DIVULGAÇÃO Roberto Oliva, da Intermarít­ima, foi reeleito para comandar a Associação Brasileira de Terminais Portuários

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