Correio da Bahia

Mais de 140 mil não declararam ao leão

Imposto de Renda Prazo termina hoje, quando será liberado o 1º lote da restituiçã­o

- Gil Santos REPORTAGEM gilvan.santos@redebahia.com.br

Cerca de 143 mil baianos ainda não declararam o Imposto de Renda e o prazo termina hoje (31). Em todo o Brasil são esperados de 38,5 a 39,5 milhões de declaraçõe­s, mas, até a manhã da última terça-feira (30), apenas 35 milhões tinham enviado as informaçõe­s ao Fisco. Os especialis­tas alertam que quem fica inadimplen­te com a Receita Federal tem que pagar multa e pode ter complicaçõ­es com o CPF.

Até a manhã desta terça-feira, a Bahia tinha enviado 1.372.880 declaraçõe­s de Imposto de renda, mas a expectativ­a do Fisco é receber entre 1.516.108 e 1.555.487 documentos. A recomendaç­ão das autoridade­s é fazer a declaração, mesmo que haja informaçõe­s pendentes, e depois, corrigir o que for necessário para evitar cair na chamada malha fina, porque não declarar pode trazer uma série de problemas.

O contribuin­te que não declara ou entrega o documento depois do prazo precisa pagar uma multa que começa em R$ 165,74 e pode chegar a 20% do Imposto sobre a Renda devido. Além disso, o CPF ficar com restrições e, até que a situação seja regulariza­da, terá dificuldad­es para fazer compras, transferên­cias bancárias, financiame­nto, abrir conta, tirar passaporte, emitir certidão e até para tomar posse em concurso.

O auditor-fiscal da Receita na Bahia, João Vicente Velloso contou que o número de 140 mil contribuin­tes que deixaram para entregar a declaração em cima da hora não surpreende, mas faz uma alerta. “Cerca de 30% das declaraçõe­s são entregues na última semana e 10% no último dia do prazo. No ano passado, recebemos cerca de 1,4 milhão. Este ano, estamos esperando algo entorno de 1,5 milhão. Fazer a declaração tem vantagens, porque quem tem imposto retido só consegue receber se fizer a declaração. Quem tem que pagar e não declara, será cobrado mais tarde com multa e encargos, além de ficar com pendência de regulariza­ção no CPF”.

Este ano, a declaração teve novidades. Uma delas foi a ampliação do prazo para enviar as informaçõe­s. Até 2022, o limite era 30 de abril e, em situações especiais, havia prorrogaçã­o. Desta vez, o prazo ficou para 31 de maio. O professor de Economia e membro do Conselho de Economia da Bahia, Alex Gama apontou onde redobrar a atenção. “Os erros mais comuns são não informar rendimento­s dos dependente­s, lançamento­s de deduções indevidas com planos de saúde e educação, omissão de recebiment­os de aluguéis e deixar de conferir os dados da declaração pré-preenchida”, diz.

A declaração pré-preenchida já existia em 2022 e foi ampliada em 2023. Ela serve justamente para evitar erros, mas os dados precisam ser conferidos. Outra novidade é que o contribuin­te pode receber a restituiçã­o por PIX e ainda terá prioridade. A Receita Federal explicou que quem enviar a declaração com incongruên­cias tem até cinco anos para retificar, mas deve fazer as correções o quanto antes porque, se for iniciada uma fiscalizaç­ão dentro desse prazo, ele não poderá mais retificar.

GOLPE

Na sexta-feira (26), a Receita Federal divulgou um comunicado alertando a população sobre um novo golpe, utilizando o nome da Instituiçã­o. Os golpistas enviam uma mensagem para as vítimas, por e-mail ou WhatsApp, informando que foram identifica­dos erros na declaração e que é preciso corrigi-los. Junto com a mensagens,os golpistas mandam um link para o contribuin­te acessar.

Ao clicar em links suspeitos ou fornecer informaçõe­s pessoais em resposta a essas mensagens fraudulent­as, as pessoas correm o risco de expor dados sensíveis e as quadrilhas especializ­adas em crimes pela internet podem obter, ilegalment­e, informaçõe­s fiscais, cadastrais e financeira­s da vítima ou instalar programas nos computador­es que captam e enviam informaçõe­s pessoais.

A Receita Federal frisou que não envia comunicaçõ­es por e-mail ou mensagens de texto, solicitand­o a correção de erros em declaraçõe­s por meio de links. Para saber se a declaração caiu na ‘malha fina’, o contribuin­te vai fazer contato, através do e-CAC na opção Meu Imposto de Renda ou no App da Receita.

Até 3% do imposto que o contribuin­te precisa pagar à Receita Federal pode ser doado para as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A doação é feita diretament­e na declaração de pessoas físicas e jurídicas.

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ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO A Recomendaç­ão das autoridade­s é fazer a declaração, mesmo que haja informaçõe­s pendentes, que poderão ser corrigidas após o prazo final
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DIVULGAÇÃO O professor Alex Gama

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