Correio da Bahia

Suspeito do crime tem 72 anos e está em prisão preventiva

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Dezenas de familiares, amigos e vizinhos de José Raymundo Bispo dos Santos se reuniram em protesto no fim da manhã de ontem. Em frente ao boteco onde José foi morto, o grupo gritou palavras de ordem e pediu a prisão em definitivo do suspeito de matá-lo, que não teve nome divulgado pela polícia.

Irmã do operário, Valdeci Bispo dos Santos, 46, expressou indignação com o ocorrido e pediu para que as autoridade­s não liberem o suspeito na audiência, que estava marcada para às 10h de ontem, na Vara de Custódia de Salvador. “Ele não pode ficar solto, todo mundo viu que agiu com maldade para matar o meu irmão, que nem pôde se defender”, disse Valdeci.

A dona de casa também contestou a tese apresentad­a pelo suspeito de que teria agido em legítima defesa. “Meu irmão não bateu nele, eles apenas discutiram por conta do troco. José não encostou a mão nele, que esperou meu irmão sentar de costas para esfaquear ele na covardia. Um sujeito desse não pode ficar solto de jeito nenhum”, pediu Valdeci.

A irmã diz que a confusão aconteceu porque o dono do bar não serviu a bebida paga por José Raymundo - ele usou uma cédula de R$ 20 e recebeu R$ 15 de troco.

Procurado para informar o resultado da audiência, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) não respondeu até o fechamento da edição. Segundo informaçõe­s, no entanto, a prisão do suspeito foi convertida em preventiva e ele segue detido até o julgamento. Quando questionad­a, a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) apenas confirmou detalhes de como a prisão foi realizada, sem confirmar se, de fato, ele disse ter matado José em legítima defesa.

O homem, de 72 anos, foi conduzido para o Departamen­to

de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por policiais militares, no domingo, logo após o crime. Sobre a audiência de custódia, a advogada criminalis­ta Carolina Neris explica que acontece para ouvir tanto quem decretou a prisão como quem foi preso. “É o controle para saber se a prisão foi legal ou ilegal, e se a pessoa deve ser mantida presa preventiva­mente ou liberada para responder ao processo em liberdade”, explicou. Nos casos de flagrante, ela pontua ainda que o normal é que o acusado responda pelo processo em liberdade.

Eles apenas discutiram por conta do troco. Ele esperou meu irmão sentar de costas para esfaquear ele na covardia Valdeci Bispo Irmã da vítima

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