Caminhos desvendados da ciência e de empresas
Biomédica explica que a atividade científica ajuda a implementar pauta ESG
Desde o momento em que abrimos os olhos, a ciência está presente, desde o despertador que nos acorda à água que cai da torneira. Foi com essa ideia que a biomédica Jaqueline Góes deu início à sua palestra na 2ª edição do Fórum ESG, que teve início nesta terça-feira (30). A baiana ganhou os holofotes por ter sido responsável por coordenar a equipe de cientistas do IMT (Instituto de Medicina Tropical) da USP (Universidade de São Paulo) que sequenciou o genoma do SARS-CoV-2 menos de 48 horas após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil.
Ontem, a cientista baiana voltou a Salvador para falar sobre a importância da ciência para a agenda ESG. “A minha expectativa é fazer a relação entre a ciência e o mundo empresarial, mostrando que nós não estamos contra os empresários, na maioria das vezes, mas que somos um meio pelo qual eles podem garantir essas práticas em ESG dentro de suas empresas e dos seus processos”, disse a cientista ao CORREIO.
Durante o Fórum, ela foi homenageada pelo seu trabalho crucial durante a pandemia. A honra foi formalizada por Luciana Gomes, gerente comercial e de marketing do CORREIO.
Em sua fala, Jaqueline defendeu a importância da ciência para o funcionamento das empresas, sobretudo na adoção de práticas sustentáveis, ressaltando entre as ações científicas que são utilizadas pelas organizações o entendimento dos ecossistemas, de como a energia renovável pode ser aproveitada e como as cadeias de suprimento podem ser sustentáveis.
Para ela, ainda que a noção seja inusual para muitos, a ciência e a agenda ESG andam juntas. “Quando a gente pensa em saúde pública, a gente também está pensando na questão do ambiente, que pega o E [da sigla, que vem de environmental, ambientam em inglês], o social, principalmente nas práticas relacionadas a uma melhoria na qualidade de vida das pessoas, e dentro desse processo a gente também precisa trazer boas práticas relacionadas à governança. Então, por mais que pareça estranho, a ciência não deixa de ser uma empresa, em que nós cientistas nos guiamos por outras metodologias, mas também utilizamos todos os critérios que estão relacionados com o ESG”, disse.
PRINCIPAIS TEMAS DA PALES TRA
REPRESENTATIVIDADE
Atuando numa área que geralmente é de difícil acesso para mulheres, sobretudo negras, Jaqueline defende que a ciência precisa ser universal. “A gente fala muito disso na academia. A ciência tem que ser universal, mas,