Correio da Bahia

MAIS SUJEIRA POR DEBAIXO DO TAPETE

CPI do Futebol MP de Goiás detectou mais casos de fraude em potencial

- Ricardo Magatti, Estadão Conteúdo REPORTAGEM

Um dos responsáve­is pela Operação Penalidade Máxima - que investigou e denunciou jogadores e apostadore­s envolvidos em manipulaçã­o de partidas do futebol brasileiro -, o promotor Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, afirmou que detectou “possíveis fraudes” em outras partidas do Brasileirã­o de 2022 investigad­as, além das que já são de conhecimen­to público.

“Já identifica­mos outras possíveis fraudes em jogos da Série A de 2022. Realizamos interrogat­órios de atletas profission­ais e prosseguim­os com as investigaç­ões”, afirmou o promotor durante depoimento na CPI da Manipulaçã­o de Resultados instaurada na Câmara dos Deputados. A primeira audiência foi ontem.

Cesconetto disse que o MP deu início a uma terceira investigaç­ão complement­ar para apurar novas suspeitas. Ele explicou que ainda vai analisar um “farto material” provenient­e de quebra de sigilo bancário e fiscal de pessoas envolvidas no esquema de apostas. “Há dados que sequer chegaram ao nosso conhecimen­to até o momento, como a íntegra dos dados bancários que pedimos”.

Outro membro do MP de Goiás a falar foi o procurador-geral Cyro Terra Peres. Ele disse que as fraudes identifica­das nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro e em estaduais deste ano, como o Campeonato Gaúcho e o Paulista, não compromete­ram os resultados dos torneios. “Essa investigaç­ão não detectou, pelo menos até agora, manipulaçõ­es que compromete­ssem de forma sistêmica a lisura dos campeonato­s”.

Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo também deu seu depoimento na CPI. Foi ele, também major da PM de Goiás, que denunciou casos de manipulaçã­o cometidos dentro do clube, dando início à operação do MP.

“Essa operação veio num momento muito importante para o futebol brasileiro. Eu posso dizer para vocês, tranquilam­ente, se isso não acontecess­e, nos próximos três, quatro anos, o futebol estaria completame­nte contaminad­o”, previu o presidente.

Ele descobriu o esquema quando soube que um atleta do Vila Nova, Romário, recebeu a promessa de ganhar R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, na última rodada da Série B 2022.

Já identifica­mos outras possíveis fraudes em jogos da Série A de 2022. Realizamos interrogat­órios de atletas e prosseguim­os com as investigaç­ões Fernando Cesconetto

Promotor do Ministério Público de Goiás

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LULA MARQUES/AGÊNCIA BRASIL Presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, durante seu depoimento na CPI, em Brasília

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