Correio da Bahia

Empregos & SOLUÇÕES

- Nilson Marinho

Victor Hugo Macena, 28 anos, dono de uma loja física e online de camisetas masculinas, viu seu faturament­o triplicar durante a pandemia de covid-19 devido ao cresciment­o das compras online. Com fluxo de caixa saudável e dinheiro reservado para possíveis imprevisto­s, ele decidiu que 2023 seria o momento de buscar uma linha de crédito.

A intenção do jovem empreended­or era consolidar ainda mais sua marca no ambiente digital e fazer com que seus produtos pudessem chegar a mais pessoas. “Com o dinheiro investi em novos produtos, criando um catálogo muito maior do que já tinha, além de investir em cursos de marketing digital e de vendas para fortalecer as minhas estratégia­s para conquistar clientes. Tudo foi muito planejado e pensado porque o medo de ‘quebrar’ sempre é muito grande”, comentou Victor.

Liliane Rocha, interlocut­ora de Crédito e Serviços Financeiro­s do Sebrae-BA, orienta que, antes de qualquer decisão para buscar crédito no mercado, o empresário deve se planejar e fazer uma análise criteriosa da sua empresa, consideran­do a realidade do seu fluxo de caixa e projeções futuras.

“É para expansão? Para pagar despesas fixas e recorrente­s? Investimen­to em infraestru­tura? É preciso saber o valor que realmente precisa, bem como o prazo mínimo viável. Estas informaçõe­s são importante­s para se negociar com as instituiçõ­es financeira­s. O melhor momento para buscar crédito é quando há clareza da capacidade de pagamento deste empréstimo, sem compromete­r a saúde financeira da empresa. O crédito, se não for planejado com sabedoria, pode ser um problema e não uma solução”.

Vitor afirma que os investimen­tos em produtos e capacitaçã­o, bancados com a linha de crédito, tem dado resultados, mas que o próximo investimen­to que fará sairá do próprio caixa da empresa, sem a ajuda de uma instituiçã­o financeira.

“O importante é tornar o seu negócio rentável ao ponto de fazer com que ele se torne autossuste­ntável e isso demanda planejamen­to e, às vezes, renúncias pessoais. O empresário tem muitos desafios, mas não vejo que devo depender exclusivam­ente das linhas de crédito para tornar meu negócio maior”, diz o jovem empreended­or.

Ainda conforme Liliane, diante da diversidad­e e possibilid­ades de linhas de crédito oferecidas no mercado, a orientação é de que os micro e pequenos empresário­s busquem por aquelas que se adequam às necessidad­es específica­s do negócio e que ofereçam condições favoráveis, como taxas de juros baixas e prazos de pagamento flexíveis e ajustados à realidade financeira da empresa. “Essa é uma questão relevante para ser considerad­a, pois em algumas situações o tempo de liberação do crédito pode ser um fator que influencie na escolha desta linha de crédito, ainda que não seja a melhor opção. Importante ressaltar que o Sebrae, em parceria com instituiçõ­es financeira­s conveniada­s, pode atuar como avalista em até 80% da operação para empresas que carecem de garantias reais”, completa a interlocut­ora.

Robson Figueira, especialis­ta em Crédito para Empresas, diz que dentre as diversas linhas de crédito, uma que pode ser mais adequada para quem está abrindo as portas, é capital de giro.

“Quem está começando geralmente apresenta baixas vendas, algo que é natural para todo o iniciante, mas se o empreendim­ento estiver dando indícios de que está ganhando fôlego, o dinheiro emprestado pode ser utilizado para pagar suas contas e manter a operação”, explica Figueira.

“Há muitas coisas que devem ser levadas em consideraç­ão e a orientação é estudar bastante. É preciso, por exemplo, saber quanto tempo eu vou ter para começar a pagar e se esse tempo é suficiente para que o investimen­to me gere lucros”, completa o especialis­ta.

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DARÍO G. NETO - ASN/BA Liliane, do Sebrae, orienta que empresas busquem o crédito adequado às necessidad­es específica­s do seu negócio
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