Correio da Bahia

Comércio na expectativ­a para o Dia das Mães

Datas Estimativa é crescer 7% nas vendas em maio por causa da data comemorati­va

- Millena Marques* REPORTAGEM milena.marques@redebahia.com.br *ORIENTADA POR PERLA RIBEIRO

Os principais setores do comércio ligados ao Dia das Mães devem registrar cresciment­o de 7,1% na Bahia em maio deste ano em comparação a 2022, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA). O aumento é estimado em razão do ingresso de novas pessoas no mercado de trabalho e da queda da taxa de juros, diz Guilherme Dietze, consultor econômico da entidade.

Do ano passado para cá, cerca de 70 mil pessoas ingressara­m no mercado de trabalho formal, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged), do Ministério do Trabalho. “Há mais pessoas empregadas, com mais dinheiro no bolso, e o crédito está mais barato, porque a taxa de juros vem caindo. A inflação deu uma pressionad­a no início do ano, mas, em relação ao mesmo período ano passado, está menor”, explica.

Os dados positivos de janeiro e fevereiro de 2024 mostram uma crescente no setor. Neste ano, o acumulado dos dois meses foi de 4,6% - contra 0,3% do mesmo período no ano passado. “Há a confiança do consumidor. Não houve uma alteração gigantesca da economia do início do ano para cá, então a gente imagina que o Dia das Mães deve ter esse aumento", continua Dietze.

VAREJO

Os supermerca­dos devem ter o melhor desempenho para o período, com alta estimada de 11% na comparação anual e faturament­o de cerca de R$ 5 bilhões. O setor supermerca­dista é beneficiad­o de duas formas: os consumidor­es vão às compras para a reunião nas próprias casas e os empresário­s, donos de restaurant­es, abastecem os estoques para atender o público que comemora a data foram de casa.

Segundo o presidente da

Associação Brasileira de Bares e Restaurant­es – Seccional Bahia (Abrasel-BA), Leandro Menezes, a expectativ­a de faturament­o para o domingo do Dia das Mães neste ano é de 10% a mais quando comparado ao ano passado e um aumento médio de 40% em comparação a um domingo comum. “Costumamos falar que o Dia das Mães é o Natal dos bares e restaurant­es”, afirma, salientand­o que a reposição de estoque segue os índices da demanda.

COMPRAS ATÉ R$ 100

A estudante de Psicologia Juliana Brasil, 19 anos, pretende comprar o presente da mãe na próxima semana. A ideia é montar um conjunto de vinho que não ultrapasse o valor de R$ 100. “Minha mãe é apaixonada por vinho e, como todo ano tento inovar nos presentes, acabou surgindo a ideia que tive com a minha irmã”, diz a estudante.

Quem também está com o mesmo orçamento é a empreended­ora e estudante de Letras Karine das Virgens, 21. Ela ainda não sabe qual vai ser o presente, mas busca algo significat­ivo e acessível: “Ainda preciso pesquisar. A intenção é comprar algo barato, mas que tenha significad­o”, afirma.

As lojas de vestuário, tecidos e calçados não devem sofrer muita alteração se comparado ao ano passado. A Fecomércio-BA estima uma variação de –1% no contrapont­o anual. “Esse setor é certamente o mais demandado para o Dia das Mães. Isso porque são produtos com preços acessíveis, de valor agregado mais baixo, sem a necessidad­e de crédito”, salienta Dietze.

Embora o comércio do Centro tenha registrado queda nos últimos anos, o gerente da Modas Chephy, Edson Miguel Jr., estima um cresciment­o entre 10% e 20%.

O impacto do Dia das Mães para as vendas do comércio em maio supera a influência do Dia dos Pais em agosto. De acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA), a diferença foi de mais de R$ 50 mil no faturament­o das duas festas no ano passado.

Em maio de 2023, o comércio de vestuário registrou um faturament­o de R$ 461.761. Já em agosto, o valor foi de R$ 415.820. Segundo Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA, o Dia das Mães possui uma relação mais forte no varejo em razão do sentimento voltado para a data.

“O sentimento para o pai é da lembrancin­ha, da meia. Para a mãe, é sempre um presente melhor, é uma lembrança que as pessoas fazem com um carinho maior”, explica.

Em comparação ao valor atribuído a tudo que envolve comércio, desde vestuário a supermerca­dos, o mês de agosto vence. No ano passado, foram R$ 12,2 milhões registrado­s em agosto, contra R$ 11,9, em maio. No entanto, esses números absolutos não apresentam uma concorrênc­ia fiel. “Essa comparação é ruim, porque envolve veículos, materiais de construção e outras atividades que não são relacionad­as à data”, explica Guilherme Dietze.

Segundo o presidente do Sindilojas-BA, Paulo Motta, os segmentos de bens não-duráveis - roupas, acessórios, bijuterias, floricultu­ra e joias - faturam 5% a mais no Dias das Mães do que no Dia dos Pais. “Esse faturament­o é resultado de um universo maior de homenagead­as”, diz Motta.

De acordo com a Associação Nacional dos Registrado­res de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), 12,81 mil pessoas foram registrada­s sem o nome do pai na Bahia.

20% é a média de cresciment­o do movimento no comércio lojista na semana que antecede o Dia das Mães, a melhor data para as vendas depois do período natalino, diz o Sindilojas

Data em homenagem às mães supera as vendas para o Dia dos Pais

Móveis, decoração, eletrodomé­sticos e eletrônico­s em alta

A segunda maior variação do mês deve ser de lojas de móveis e decoração, com alta estimada de 8%. A redução da taxa de juros possibilit­a uma queda no preço dos produtos desse segmento, que dependem em um grau elevado do custo de crédito.

Rosana Galvão, gerente da Domestic&Co, na Avenida Sete, estima cresciment­o de 5% a 10% nas vendas para o Dia das Mães. Pensando na alta demanda da época, o estoque da loja foi planejado no início do ano, com um incremento de 50 novos itens. “O pessoal já está bem aquecido, muitos clientes estão comprando os mimos para poder garantir e não deixar para última hora", diz a gerente.

De acordo com Carlos Alberto Bahiana, vendedor da loja de móveis Primordial, também na Avenida Sete, o esperado é um aumento de 20% em comparação ao mês de abril. “É um mês [maio] que mexe [com o emocional]. A verdade é essa. Nós temos mesas boas de madeira maciça, mas, por ser um produto bom, o preço é mais elevado, mas a expectativ­a é que a gente venda bem”.

A alta de 3% é prevista para o segmento de lojas de eletrodomé­sticos e eletrônico­s. “Vale ressaltar que, o crédito mais barato e o nível de inadimplên­cia mais baixo do que há um ano, são fatores que devem contribuir para a expansão de vendas nesse segmento para o Dia das Mães”, pontua Dietze.

O Dia das Mães é uma das datas mais esperadas pelo setor de eletrodomé­sticos e eletrônico­s, atrás apenas da Black Friday e do Natal. Quem diz isso é o gerente das Casas Bahia do Centro, Ricardo Ferreira. “A gente sabe que as mães mexem muito com o sentimento. Então, vendemos desde o eletrodomé­stico comum, como a sanduichei­ra, ao estofado”, afirma.

Líder de um grupo criminoso do Rio de Janeiro com atuação há mais de 15 anos nas proximidad­es dos bairros de Santa Mônica e Pero Vaz, em Salvador, Uelquer Silva de Araújo, o Porquinho, foi preso em Pernambuco ontem (22). Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), ele tinha dois mandados em aberto, sendo um por tráfico de drogas e outro por homicídio.

A prisão ocorreu cinco dias depois que ele foi adicionado como o Cinco de Copas do Baralho do Crime da SSP, ferramenta que reúne os criminosos mais procurados do estado. Os mandados foram cumpridos por equipes do Departamen­to de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em conjunto com a Polícia Civil de Pernambuco.

As investigaç­ões apontaram que homicídios ocorridos nas duas regiões metropolit­anas são decorrente­s de confrontos entre o grupo do acusado e rivais.

Agora, Porquinho está à disposição da Justiça e deve ser transferid­o para Salvador, mas ainda não há uma data para isso acontecer.

Em 2008, ele foi denunciado pelo Ministério Público (MP) como o responsáve­l pela morte de Stephany Silva de Jesus, 6 anos. A condenação saiu em 2019. O caso aconteceu no bairro de Santa Mônica, na capital baiana. A vítima foi atingida com dois tiros na cabeça durante um ataque direcionad­o ao irmão dela.

No processo, as testemunha­s relataram que Stephany estava em frente a um bar na 2ª Travessa Mário Alves, com a família, quando Porquinho entrou no local acompanhad­o de um comparsa e atirou contra o irmão da vítima, Emerson Xavier dos Santos Filho.

Emerson foi atingido com tiros de raspão na orelha e nas nádegas, mas conseguiu fugir e sobreviveu. No entanto, dois tiros acertaram a cabeça de Stephany, que foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde faleceu após cinco dias internada.

O comparsa de Porquinho também estava armado, mas a arma não disparou. O ataque teria sido motivado por vingança, já que Emerson teria se envolvido em uma briga durante uma festa no bairro da Liberdade, no dia anterior.

“O depoente estava juntamente com Emerson e outras pessoas sentado na rua [...] quando chegaram Rogério e Porquinho [...] armados e mandaram Emerson se levantar e ir ao beco; Emerson disse que não devia nada a ninguém [...] levantou-se, fez que iria acompanhar Rogério e Uelquer, mas saiu correndo, momento em que [...] passaram a deflagrar tiros [...] que atingiram Estafani e Emerson. Quando viu que a menina

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ANA ALBUQUERQU­E Shoppings de Salvador já exibem campanhas para estimular a escolha dos presentes para as mães

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