Correio da Bahia

Fafá de Belém já morou em Salvador

Nascida na capital do Pará, ela começou a carreira na capital da Bahia

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sado em ser cantora, eu sempre gostei de cantar, mas era muito distante da minha realidade. Durante 2 anos Roberto mandava cartas, até que fiz 18 anos e o meu pai consentiu eu fazer essa viagem para o Teatro Vila Velha e foi a primeira vez que eu subi no palco profission­almente. Já tinha feito teatro, mas nada como aquilo. E aí Roberto foi um pai, um mentor, um tutor, foi bravo. Não vou dizer que ele foi doce, acho que agora ele está uma pessoa doce. Mas ele me deu um norte e cuidou de mim. Me alertava sobre esse entorpecim­ento do sucesso. Naquela altura eu entendia muita pouco e eu briguei muito com ele. Mas eu era uma menina de 18 anos de Belém do Pará. Eternament­e sou grata a ele ter me lapidado e fortalecid­o o que eu sou.

Como foi o show no Vila Velha com o saudoso Sérgio Ricardo,

dirigido por Roberto Santanna?

O Sérgio Ricardo tinha ido a Belém com a noite do Espantalho, um filme que tinha Alceu Valença como personagem. E iria ter um festival de cinema em Belém e eles ganharam. E sempre que juntava um grupo de pessoas, mandava buscar a gente. O povo do violão, meu primo, amigos e tal. E eu ia, dentro do pacote. Desde 9 anos de idade, mandava buscar o pacote e a Fafá ia junto. E aí começamos a cantar e eu sabia todo repertório do Sérgio Ricardo. E ele ficou encantado. E o Nagib, que era o dono da casa em que eles estavam, dono de vários cinemas. Ele disse: vocês fazem um show aqui em Belém durante o Sírio. Era perto do Sírio de Nazaré. E ele disse: mas como? Ele disse: dou um teatro meu. Ela faz comigo? Eu disse: faço! Não ganhei cachê nenhum, pelo que eu lembre. E aí o Nagib falou: vou falar com o pai dela. E aí todo dia íamos lá no teatro moderno, lotado, esgotado. Eu, minha família toda. Eu subia, cantava e voltava para casa. Sérgio Ricardo depois encontra com Roberto e fala: eu conheci uma cantora de Belém. É isso, é Fafá de Belém, é o nome artístico dela. E aí ele encontrou em contato com meu pai, eu já tinha 18 anos. E aí ele fez uma série de comprometi­mentos. E toda sexta eles conversava­m e ele se compromete com o meu pai a cuidar de mim. E aí eu fui para Bahia e fiz o Teatro Vila Velha e nunca mais voltei.

Qual foi sua sensação ao subir num trio pela primeira vez? Nessa época que fui para Bahia ficar 3 semanas e fiquei 3 meses, o Carnaval estava pelo meio, era temporada de Verão e a música que eu vinha gravar depois, era de Valtinho de Queiroz, dono do emblemátic­o Bloco do Jacu. Era um caminhão e a Valéria era a estrela máxima, atrás de uma bandinha com algumas pessoas, e não tinha abadá, não tinha corda, não tinha nada. A concentraç­ão era no Campo Grande, descia a avenida Sete e terminava na praça Castro Alves. E foi a primeira vez que subi em um trio elétrico. No dia seguinte teria a lavagem de Yemanjá e assim fui conhecendo Salvador. E fui ficando, me encantado. Eu adoro a cidade.

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DIVULGAÇÃO A cantora foi descoberta pelo produtor baiano Roberto Santanna

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