Dinheiro Rural

À ESPERA DE NOVAS REGRAS

-

Por que Lei de Proteção de Cultivares, em vigor há 19 anos, já não atende as demandas do mercado

A Lei Federal 9.456, de 1997, conhecida como Lei de Proteção de Cultivares (LPC) já não atende o setor sementeiro, embora ela tenha cumprido o seu papel inicial. Na safra 1997/1998, o volume comerciali­zado de sementes de cultivares protegidas era de 14% do total da produção. Pulou para 58% na safra seguinte e está estimada em 70% atualmente. Ou seja, do total de quatro milhões de toneladas de sementes, 1,2 milhão de são de sementes salvas pelo produtor, ou seja, tiradas do campo para serem sementes. Desse volume, metade é vendida como ilegal, ou pirata. Pela atual legislação, o agricultor pode produzir a sua própria semente, mesmo com tecnologia­s embarcadas, mas apenas para uso próprio.

No último ano, uma comissão especial de deputados federais analisou um projeto de reforma da LPC. Mas 2016 terminou, as audiências públicas foram canceladas e o projeto encontra-se paralisado. José Américo Pierre Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), diz que para entrar em pauta novamente o projeto precisa ser revalidado. O tema está com o relator, o deputado pelo PSDB-MT, Nilson Leitão, que tomou posse no mês passado da Frente Parlamenta­r do Agronegóci­o. “O negócio é que o texto que vem sendo discutido nessa comissão não é bom tecnicamen­te”, diz Rodrigues. “Ele ainda deixa brechas técnicas, o que provoca inseguranç­a no setor.”

A Abrasem tem discutido um modelo de projeto com entidades como CNA, OCB, Abiove e Acebra, ligadas a produtores, cooperativ­as, indústria e empresas cerealista­s. “Uma nova lei de cultivares é complexa, porque é preciso levar em conta as leis do País e também os tratados internacio­nais. “E isso não tem sido feito.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil