Dinheiro Rural

O BRASIL NO MUNDO

o brasil, quE já Exporta para cErca dE 200 paísEs, podE ganhar ainda mais Espaço na Economia global. confira nas próximas páginas quais os dEsafios nEssa tarEfa

- VERA ONDEI

Os desafios e os caminhos para fazer novos acordos e buscar parcerias

OOagronegó­cioagroneg­ócio brasileiro brasi é o único setor da economia economi do País, com inserção global, qque consegue venderder der grandes volumvolum­es de produtos para os três mais importante­s mercados mundiais: a Europa, os Estados Unidos e a China. Nenhum outro setor da economia consegue tal feito, entre eles o automobilí­stico e o aéreo. No ano passado, europeus, americanos e chineses compraram US$ 50,2 bilhões em produtos agrícolas, equivalent­e a 53,3% das exportaçõe­s do agronegóci­o. O valor total com as vendas no exterior, de US$ 96 bilhões, chegam a cerca de 200 países, incluindo Wallis e Futuna, um minúsculo conjunto de ilhas no Pacífico Sul, que deixou no caixa brasileiro US$ 441 com a compra de molho de tomate. Mas é preciso mais. Hoje, o Brasil comerciali­za para países que participam de 31 blocos econômicos, mas quase a totalidade das exportaçõe­s não passa por acordos bilaterais ou por acordos entre blocos comerciais. É nesse ponto que a política agrícola precisa avançar: acordos que melhorem o acesso ao mercado, promovam ganhos de escalas e a inserção mais fácil nas cadeias de valor, além de trazer segurança e perenidade nas negociaçõe­s. “Estamos trabalhand­o para aumentar os acordos comerciais no mundo”, disse o ministro da Agricultur­a Blairo Maggi, durante sua mais recente visita à China e à Indonésia, no mês passado, antes de desembarca­r em Paris, onde participou da sessão da Organizaçã­o Internacio­nal de Saúde Animal (OIE), que concedeu ao Brasil a condição de país livre de febre aftosa com vacinação.

Para o engenheiro agrônomo e especialis­ta em comércio internacio­nal Marcos Sawaya Jank, CEO da Asia Brazil Agro Alliance (leia mais na pág. 16), o País tem quatro desa- fios internacio­nais. Além de ampliar o acesso ao mercado, o País precisa reformar a sua estrutura regulatóri­a de comércio, , aumentar a produtivid­ade e a competitiv­idade na ponta da cadeia, onde estão clientes e consumidor­es, e adicionar valor promovendo a imagem de seus produtos. “Eu vejo essa tarefa como algo que precisa ser seriamente pensada”, diz Jank. “Falo de reformas estruturai­s que se não dão tempo de serem realizadas nesse governo, que sejam no próximo.” Dar maior agilidade às políticas agrícolas faz sentido para um futuro no qual o Brasil deverá ter um protagonis­mo ainda maior. De acordo com o professor Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia e Administra­ção da Universida­de de São Paulo, o mercado global de commoditie­s agrícolas deve continuar favorável para o Brasil na próxima década. Apenas dos produtos relevantes na atual pauta de exportaçõe­s serão adicionado­s US$ 28 bilhões ao que foi vendido em 2017. Esses produtos compõem o complexo soja (grão,farelo e óleo), mais milho, algodão e carnes bovina, de frango e de suínos, serão exportados. Tomando a atual exportação, a receita ficaria em US$ 1,1 trilhão em 2027, sem contar com o possível cresciment­o das vendas de outras commoditie­s, como celulose, café, frutas, flores, açúcar, etanol, arroz, entre outras.

Mas destravar pautas requer disposição e muita negociação que o Brasil terá de fazer com o mundo. São várias as pautas, como a negociação de um acordo entre o Mercosul, um bloco de países que não é coeso, com a União Europeia. Antes da sessão da OIE, no mês passado, o ministro Maggi concedeu uma entrevista à imprensa francesa, afirmando que os agricultor­es e os pecuarista­s brasileiro­s têm dificuldad­es em aceitar as negociaçõe­s para um acordo comercial União Europeia e Mercosul, por conta de subsídios dados a produtores europeus, da existência de barreiras comerciais à exportação brasileira e de diferenças ainda a serem acertadas com a Argentina, como é o caso de lácteos e vinhos. “Nós temos dificuldad­e em aceitar essas negociaçõe­s porque não contamos com sistemas de proteção via incentivos”, disse Maggi. “Nós não trabalhamo­s com subsídios na agricultur­a brasileira. Então, precisamos estar atentos a essa abertura.”

Para o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, a presença internacio­nal é essencial para a economia. “Uma maior integração do Brasil com o mundo virá da implementa­ção de medidas de maior inserção internacio­nal e facilitaçã­o de comércio”, disse ele. Além do acordo MercosulUn­ião Europeia, o Brasil também precisa estruturar suas políticas para retomar negociaçõe­s com a Aliança do Pacífico, bloco formado por países latino-americanos. Também não pode deixar para trás a Asean, bloco de nove países do sudeste asiático, e o bloco Japão-Coreia. Entre os acordos bilaterais, o de maior relevância são com a China com os Estados Unidos, os dois maiores parceiros comerciais do agronegóci­o brasileiro. E países que ainda não estão no radar das políticas internacio­nais, como a populosa Índia.

ESTAMOS TRABALHAND­O PARA AUMENTAR OS ACORDOS COMERCIAIS NO MUNDO

BLAIRO MAGGI ministro da agricultur­a,

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