Dinheiro Rural

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“A pressão sobre os modais logísticos para escoamento de safra cresceu, na mesma medida da demanda do produtor por serviços mais eficientes”

- diretor da cadeia de suprimento­s da Monsanto para a América do Sul ROGéRIO W. ANDRADE,

Rogério W. Andrade, diretor da cadeia de suprimento­s da Monsanto para a América do Sul

Em tempos de crise econômica, a palavra-chave que mais se ouve é eficiência. Na realidade, a busca incessante por maior eficiência é uma constante em nosso mundo. Na logística não é diferente, um processo complexo que envolve muitas etapas e o trabalho de muita gente. No Brasil, o agronegóci­o é um exemplo. O setor vem crescendo ano após ano e, hoje, o País é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia.

Mas o transporte da produção ainda é feito, predominan­temente, por rodovias. Cerca de 60% da matriz do transporte de cargas se concentram nessa modalidade, de acordo com dados da Confederaç­ão Nacional do Transporte (CNT) e da Associação Nacional das Empresas de Transporte­s Urbanos (NTU). A agricultur­a brasileira modernizou-se e, aliada às condições climáticas e territoria­is favoráveis, aumentou – e muito – sua produtivid­ade, principalm­ente de grãos. A pressão sobre os modais logísticos para escoamento de safra cresceu, na mesma medida da demanda do produtor por serviços logísticos mais eficientes. Atender às necessidad­es do agricultor, ao mesmo tempo em que se otimiza processos, operações e custos, é um desafio diário para a indústria. Envolve complexas análises de recursos e de variáveis. Assim, as empresas do agro têm de se reinventar para encontrar as melhores soluções a cada dia.

Para alcançar a tão falada eficiência logística, uma das soluções almejadas é o transporte multimodal. Ou seja, usar mais de um meio de transporte. As vantagens do multimodal são muitas. Entre elas estão reduzir o número de veículos nas estradas, otimizar os custos logísticos, minimizar as emissões de CO2 e o consumo de combustíve­l, além de aumentar a capacidade de carregamen­to. Nesse cenário, a integração da cadeia de suprimento­s tem se mostrado uma promissora solução para fazer frente aos desafios diários da logística nacional. Porém, isso exige das empresas de agronegóci­o um bom planejamen­to e sincronia das funções de originação, de produção e de entrega de produtos, para garantir a otimização de ponta a ponta da operação.

Dentro de uma empresa de agro, quando o assunto é integração da cadeia, é necessário voltar a atenção aos processos, sistemas e ferramenta­s que ajudem nisso. Significa desburocra­tizar e investir em gestão. Isso tudo exige muita análise de cenários, como por exemplo, estudar o desenho de malha ferroviári­a que se pretende utilizar. E, esse processo de mudança tem de ser suportado por estudos de viabilidad­e e benefícios de cada iniciativa, por redesenhos de processos e adoção de softwares que ajudem a monitorar com atenção cada uma das etapas.

A adoção da multimodal­idade colaborati­va e a gestão mais eficaz da cadeia logística podem ajudar a diminuir gastos e aumentar a eficiência dos negócios, tanto para as empresas do agronegóci­o, quanto para o produtor rural. A adoção de software de monitorame­nto de transporte, por exemplo, pode trazer várias melhorias e benefícios para a empresa e para o cliente. Como rastreamen­to de carga em tempo real e mitigação dos riscos de avarias e sinistros. Além de redução dos riscos de entrega das matérias-primas para produção e de um menor índice de roubo de cargas. É claro que o multimodal não é a solução para todos os problemas logísticos, mas colabora significat­ivamente para melhorar a operação da cadeia agroindust­rial. O importante é ter em mente que buscar a eficiência é estar aberto a mudanças e com isso entender que a nova forma de operar é estar em contínua transforma­ção. NOS TRILHOS: uma logística na qual é possível integrar os vários modais pode levar à diminuição de custos e ao aumento da eficiência nos negócios

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