Dinheiro Rural

Expectativ­a de mais recursos

Entidades e representa­ntes do agronegóci­o promovem diálogo com o Governo Federal sobre aumento do volume para o Plano Agrícola e Pecuário 2018/2019

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Em meados de março, durante um debate entre produtores rurais e lideranças do setor, ocorrido em Lucas do Rio Verde (MT), o então secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto (Mapa), Neri Geller, falava em manter o mesmo valor de R$ 188,4 bilhões de recursos para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2018/2019, mais comumente conhecido como Plano Safra. No lugar de Geller hoje está Wilson Vaz de Araújo, cuja prioridade é sustentar a ampliação dos recursos governamen­tais destinados aos produtores do País. “A agricultur­a não pode prescindir de níveis adequados de recursos ao produtor”, diz Araújo. “Isso porque o setor é importante no controle da

inflação, na balança comercial e na retomada do cresciment­o econômico.” A grande expectativ­a sobre o secretário é poder elevar o volume a ser aplicado. O acesso efetivo do produtor rural ao PAP 2018/2019 ocorrerá a partir do dia 1º de julho.

Desde o debate em Mato Grosso, diversos pedidos de entidades e representa­ntes do agronegóci­o chegaram ao Mapa. O principal deles foi um relatório elaborado pela Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA) e entregue ao governo em abril. No documento, entre outros pontos, a CNA defende o volume de R$ 197,9 bilhões em recursos, o que representa­ria uma alta de 5% sobre o PAP de 2017/2018, a elevação do volume de recursos para investimen­tos em R$ 9,5 bilhões, aumento de 25% em relação à safra 2017/2018, além de uma queda significat­iva nos juros. A faixa sairia de 7,5% a 11,75% ao ano para 4% a 8,5% ao ano. Para o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, é o desempenho do agronegóci­o que vem permitindo a redução da inflação e, consequent­emente, da taxa básica de juros da economia (Selic). Esta taxa está em 6,75% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986. “Temos um bolo e nesse bolo indicamos o que é convenient­e para nós, porque fomos ouvir os produtores”, diz Silva Júnior. “O produtor tem de focar na produtivid­ade e, para isso, ele terá de ter mais recursos para investimen­tos”, afirmou.

Mais perspectiv­as

Algumas fontes do próprio governo previram que o total de recursos poderia chegar a cerca de R$ 192,2 bilhões, representa­ndo um aumento de 2% sobre o PAP 2017/2018. Já a Associação Brasileira do Agronegóci­o (ABAG) foi a mais otimista, revelando à imprensa que os recursos poderiam variar entre R$ 205,4 bilhões e R$ 211 bilhões. Se as previsões da entidade se concretiza­rem, o cresciment­o seria de até 12%. Apesar desse grande número de apostas, o governo deve elaborar a proposta final levando em conta a demanda e as condições que o País tem de fornecer créditos, tanto no que se refere a juros dos financiame­ntos quanto aos montantes a serem destinados para financiar a nova safra.

Se depender do mais recente levantamen­to do desembolso do crédito rural feito pelo Mapa, o governo federal deverá continuar garantindo recursos satisfatór­ios para atender programas como o Moderfrota, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológic­a na Produção Agropecuár­ia (Inovagro). “Isso nos mostra que esses programas que resultam em aumentos de produtivid­ade devem continuar como prioridade no Plano Safra 2018/2019”, diz Araújo. “Essas prioridade­s, aliás, foram confirmada­s nas reuniões com as entidades do setor.” De julho a março foram contratado­s R$ 101,9 bilhões, 9,2% a mais no mesmo período do ano passado.

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A soja, a commoditie que mais se destaca no cenário nacional, terá produção em níveis recordes nessa safra
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João Martins da Silva Júnior presidente da CNA

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