Dinheiro Rural

HEDGE

PRODUTORES MATO-GROSSENSES SAEM NA FRENTE E MOSTRAM QUE VENDER A SAFRA ANTECIPADA­MENTE é UM BOM NEGÓCIO

- FáBIO MOITINHO

Produtor entra definitiva­mente na onda da venda antecipada

Asafra de soja 2018/2019 já começou a ser plantada no fim de setembro. A projeção do Departamen­to de Agricultur­a dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês) é otimista . São esperados 120,5 milhões de toneladas, cerca de 1% acima do ciclo anterior. Em Mato Grosso, o maior produtor do grão no País, a estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuár­ia (Imea) é de 32,3 milhões de toneladas. Desse total, 28,2% já haviam sido vendidos até o fim de setembro. “Comparado com o mesmo período do ano passado, o volume atual está bem maior”, diz o economista Daniel Latorraca Ferreira, superinten­dente do Imea. “A venda antecipada já faz parte da cultura do produtor mato-grossense.” Em setembro de 2017, o índice de venda futura da safra era de 16,7%.

A constataçã­o é uma verdade: o produtor já sabe fazer bem o hedge (travar, na tradução do inglês), como é conhecida a venda antecipada. A ferramenta é um importante instrument­o de crédito e de proteção de riscos. Reserva-se parte da produção para o comércio futuro, por preços balizados em dólar pela bolsa de Chicago. A operação é intermedia­da por corretoras e tradings de grãos, fabricante­s de insumos agrícolas e revendedor­as de insumos. O produtor mato-grossense é quem mais tem feito esse tipo de tran- sação. Nas últimas três safras, as operações com a soja no Estado fecharam numa média de 67% da produção, segundo a consultori­a Safras & Mercado, de Porto Alegre. Mato Grosso é seguido por Goiás, com 66%, pela Bahia, com 64% e por Minas Gerais, com 60%. “O hedge é uma ferramenta que o produtor sempre usou em Mato Grosso e cada vez mais tem utilizado para aproveitar oportunida­des”, diz Ferreira.

Nessa temporada, a grande sacada tem sido o dólar, que vem multiplica­ndo os preços em real, como a cotação no final de setembro, de US$ 18,96 por saca de 60 quilos para a entrega em março de 2019. São operações como essa que salvam os custos da lavoura. Em geral, pelo menos 30% da produção é o ideal de reserva para a venda antecipada. Mas isso depende de cada propriedad­e. “Onde há silos próprios, o mais adequado é vender no momento de baixa oferta”, diz Ferreira. Já os que não têm, o hedge é a melhor opção.

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RESERVA: parte da safra pode servir de pagamento para cobrir os custos da lavoura

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