Dinheiro Rural

OS CAMINHOS SUPERPRODU­çãODA

Conheça as empresas que se destacaram no agronegóci­o e venceram a sexta edição do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL • POR VERA ONDEI

-

De acordo com a Organizaçã­o das Nações Unidas para Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO), 821 milhões de pessoas passam fome no mundo — a maior em países africanos. Enquanto isso, comida barata na mesa do brasileiro tem sido uma realidade cada vez mais acessível nos últimos 40 anos. O País ainda tem cerca de 5 milhões de famintos (2,3% da população) e zerar essa conta é uma missão da qual o Brasil não tem como fugir. E está no caminho certo. A queda de preços nas quatro décadas foi da ordem de 3% ao ano, graças à produção e à produtivid­ade no campo. O progresso técnico, como parte integrante do negócio, explica os índices de produtivid­ade crescente e a comida a preços que não mais assustam o consumidor. O modelo de desenvolvi­mento aberto ao mundo, prospectan­do oportunida­des, explica a crescente e abrangente pauta de exportaçõe­s para cerca de 200 países. No ano passado, o preço dos alimentos teve uma queda de 1,8%, apesar de a inflação ter sido de 2,9%.

A produção em alta escala puxou para baixo os preços da maior parte dos alimentos, ajudando a compensar itens que ficaram mais caros, como conta de luz, gasolina, gás de cozinha e plano de saúde. Somente nas frutas, a queda foi de 16,5%. O feijão carioca, o mais consumido no País, ficou 46% mais barato, e o arroz, 10,8%. Não para por aí. O frango recuou 8,6%, o açúcar refinado, 18,2%, e o leite longa vida, 8,4%. O Valor Bruto da Produção (VBP) do agronegóci­o, que é a soma de todas as riquezas dentro da porteira, alcançou R$ 536,5 bilhões em 2017, dos quais R$ 342,6 bilhões foram na produção agrícola e R$193,9 bilhões no segmento pecuário. Nas exportaçõe­s, o Brasil mantém o posto de quarto maior exportador mundial de produtos agropecuár­ios, atrás apenas da União Europeia, dos Estados Unidos e da China. Em 2017, foram US$ 96 bilhões, 13% acima do ano anterior. Na última década, o cresciment­o do valor das exportaçõe­s foi de 65%. No ano passado, o agronegóci­o respondeu por 44,1% das exportaçõe­s brasileira­s. Assim, o País se mostra cada vez mais forte numa missão crucial e admirável: combater a fome no mundo.

O Brasil se tornou o maior exportador de açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos e carnes bovina e de frango do mundo. É o segundo maior exportador de milho, de óleo e de farelo de soja. O cresciment­o das vendas externas se deu baseado na conquista de novos mercados, principalm­ente os países asiáticos. Não por acaso, a China se tornou o maior cliente do agronegóci­o brasileiro por um motivo simples: sua população de 1,4 bilhão de pessoas está mais rica, não para de crescer e quer se alimentar cada vez melhor. O PIB per capita (valor da produção de um país dividido pelo número de habitantes) dos chineses saltou cinco vezes desde meados dos anos 2000. Ele era de exatos US$ 1,7 mil em 2005, ante US$ 8,8 mil no ano passado, de acordo com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI). A efeito de comparação, na década de 1980, o consumo de carnes bovina, suína e de frango era de 13 quilos per capita ao ano. Hoje, esse consumo é de cerca de 80 quilos.

Assim, com um mercado interno com oferta de alimento barato e um mercado externo cada vez maior, o agronegóci­o brasileiro segue a trilha do desenvolvi­mento, promovendo um efeito transforma­dor na agroindúst­ria do País. Ela é cada vez mais eficiente, levando o Brasil a se consolidar como um grande fornecedor de alimentos do futuro. Para 2018, a expectativ­a é fechar o ano na marca de US$ 100 bilhões, um aumento de 4% na comparação com 2017. A produção no campo e a agroindúst­ria seguirão respondend­o aos desafios da logística, da segurança jurídica, da produtivid­ade e da competitiv­idade. É disso que trata o prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL, criado em 2013 pela Editora Três para valorizar e prestigiar as empresas do agronegóci­o e o homem do campo. AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2018 preten-

de ser uma referência para os líderes do setor, empreended­ores, executivos, banqueiros, representa­ntes de entidades setoriais e ONGs, formulador­es de políticas públicas e todos os profission­ais ligados direta ou indiretame­nte ao mundo agropecuár­io, ao mostrar as melhores práticas de gestão nas várias cadeias produtivas do setor.

Para selecionar as companhias e as cooperativ­as que mais se destacaram em suas áreas de atividade, a DINHEIRO RURAL criou uma metodologi­a em conjunto com os renomados consultore­s Miguel Ângelo Arab e José Luiz Tejon Megido, tendo como parceiros o Instituto Universal de Marketing e Agribusine­ss (I-Uma) e o Conselho Científico para Agricultur­a Sustentáve­l (CCAS). Por meio das regras estabeleci­das por essa metodologi­a, foram avaliadas a gestão das empresas do setor. A Stand&Poors e a Economátic­a fornece- ram os dados financeiro­s. Para o prêmio, as análises se basearam em seis aspectos de gestão: financeira, recursos humanos, qualidade, governança corporativ­a, responsabi­lidade socioambie­ntal e atuação na cadeia produtiva do agronegóci­o. As companhias com o melhor desempenho foram separadas em quatro grandes grupos: Agronegóci­o Direto, Agronegóci­o Indireto, Cooperativ­as e Gestão de Cadeia Produtiva.

Em Agronegóci­o Direto, para que fossem comparadas empresas de mesmo porte, as companhias foram divididas conforme o tamanho: Conglomera­do (com receitas a partir de R$ 5 bilhões), Grupo Especial (de R$ 1 bilhão a R$ 5 bilhões), Grande Empresa (de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão), Média Empresa (de R$ 100 milhões a R$ 500 milhões). As campeãs foram, respectiva­mente, BRF, Camil, Anaconda, Laticínios Gonçalves Salles, Ambev, Ihara, Albaugh e Phibro.

Entre as cooperativ­as, pelo gigantismo do setor, o prêmio foi dividido em duas categorias: Mega Cooperativ­a e Grande Cooperativ­as. As vencedoras foram, respectiva­mente, Coamo, de Campo Mourão (PR), e a Coagril, de Unaí (MG). A Ambev foi a vencedora em Gestão de Cadeia Produtiva. Para concorrere­m aos prêmios, as empresas e as cooperativ­as se inscrevera­m voluntaria­mente, por meio do preenchime­nto de um formulário online, disponível no site da DINHEIRO RURAL (confira detalhes da metodologi­a na pág. 98) A grande campeã do anuário 2018 é a Camil, eleita a Empresa do Ano do Agronegóci­o. Confira as reportagen­s sobre cada uma delas nas próximas páginas.

Para complement­ar o anuário, a DINHEIRO RURAL identifico­u as campeãs em nove setores do agronegóci­o, baseada na avaliação exclusiva de seus balanços financeiro­s. A partir da página 112, estão as vencedoras em Açúcar e Biocombust­íveis (Copersucar), Agroquímic­os e Fertilizan­tes (Ihara), Frigorífic­os (Minerva como Mega Empresa e Barra Mansa como Grande Empresa), Grãos (Camil), Laticínios (Gonçalves Salles), Máquinas e Equipament­os (Jacto), Moinhos, Massas e Pães (Anaconda), Nutrição Animal (Phibro), Óleos Vegetais (Cargill). Por fim, também foram selecionad­os os produtores rurais que fizeram a diferença na pecuária brasileira. Neste ano, além dos segmentos de carne bovina e gado leiteiro, pela primeira vez foram avaliados produtores de aves e de suínos. Conheça os DESTAQUES DA PECUÁRIA a partir da página 84. Boa leitura!

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil