Crescimento do agronegócio impulsionará a utilização da cabotagem
Especialistas acreditam na retomada econômica em 2019
Os números talvez não sejam os esperados para este ano, especialmente após a greve dos caminhoneiros, em maio, e aumento dos fretes, mas o setor agropecuário continua mostrando sua força. A expectativa é que o PIB do setor feche o ano com um crescimento em torno de 3%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Apesar de tímido, ficará acima do que deve crescer a economia como um todo (1,5%, segundo a última pesquisa Focus, do Banco Central).
A agroindústria também está se recuperando, o que deve estimular a demanda por novos serviços e transportes. Neste cenário de retomada econômica, a cabotagem, transporte marítimo de cargas entre portos de um mesmo país, pode ter um papel significativo para garantir ofertas competitivas, rápidas e seguras, sendo uma alternativa ao transporte rodoviário.
Com o aumento da comercialização de carnes e outros produtos refrigerados, como frango e comidas congeladas, os contêineres refrigerados com tecnologia de ponta garantem que os produtos saiam e cheguem ao destino final com as mesmas características e propriedades nutricionais. A Aliança Navegação e Logística, líder em cabotagem no Brasil, detém um dos sistemas mais modernos para realizar o deslocamento, sem avarias, das produções do setor agropecuário.
Apesar da alta do dólar e do aumento dos fretes após a greve dos caminhoneiros, a Aliança Navegação e Logística conseguiu manter o crescimento do serviço de cabotagem em dois dígitos (28%) no terceiro trimestre do ano. Em função das adversidades econômicas, a previsão é fechar o ano com um incremento acima de 15% em seus negócios.
Aproveitando a forte aceitação da cabotagem e o incremento de volumes na região Norte, a empresa lançou um novo serviço dedicado à Vila do Conde (PA), o Anel 6, escalando
ESTAMOS AMPLIANDO A NOSSA ATUAÇÃO EM SETORES QUE AINDA NÃO UTILIZAVAM O MODAL MARÍTIMO MARCUS VOLOCH, diretor de Cabotagem e Mercosul da Aliança COM OS NOVOS NAVIOS, HOUVE INCREMENTO DE CAPACIDADE SEMANAL DA ORDEM DE 20% JULIAN THOMAS, CEO da Aliança e da Hamburg Süd FERNANDO CAMARGO, gerente do Serviço Intermodal da Hamburg Süd e da Aliança
somente este porto e Pecém. O objetivo é reduzir o transit-time neste trecho e ajustar algumas janelas operacionais nos demais portos ao longo da costa brasileira, trazendo mais confiabilidade e pontualidade ao serviço.
Com o início da movimentação da economia, trajetos que antes não se apresentavam economicamente viáveis para a cabotagem, tais como Sul/Sudeste ou fluxos de retorno do Nordeste para o Sudeste, vêm registrando incremento muito forte nas operações. No decorrer de 2018, a empresa registrou crescimento de 12% no número de clientes. “Estamos ampliando a nossa atuação em setores que ainda não utilizavam o modal marítimo. Em função de fatores sazonais, acreditamos que haverá uma demanda significativa de cargas sensíveis, como alimentos refrigerados”, destaca Marcus Voloch, diretor de Cabotagem e Mercosul da Aliança.
MAIOR CAPACIDADE
Além de ter uma grande capilaridade e ampla cobertura de portos, a Aliança passou a contar no final de 2017, com dois novos navios de bandeira brasileira da classe ‘Exploradores’, com capacidade de 3.800 TEUs, que substituíram embarcações mais antigas e menores, dentro da proposta de renovação contínua da frota. Em Outubro, a Aliança substituiu um dos navios de 3800 TEUs por uma embarcação da classe “Monte”, com capacidade para 5550 TEUs.
Com os novos navios, houve incremento de capacidade semanal da ordem de 20%, ampliando a cobertura com um número maior de frequências entre o Sul, Sudeste e Nordeste do País. “Contamos com um serviço porta a porta eficiente, que amplia a confiança dos nossos clientes em relação à cabotagem, cumprimento de prazos e uma taxa de avarias praticamente nula”, comenta Julian Thomas, CEO da Aliança e da Hamburg Süd.
INTERMODALIDADE
A combinação de modais para atender ao cliente da melhor forma possível tem sido uma prioridade para a Aliança e Hamburg Süd, tanto na cabotagem quanto nas operações de longo curso, envolvendo importações e exportações. O objetivo é acrescentar valor ao serviço marítimo, ao fornecer suporte à equipe de vendas por meio de soluções logísticas inovadoras e criativas para otimizar os serviços.
Atualmente, as empresas trabalham com 11 bases operacionais em todo o Brasil na área de intermodalidade, envolvendo cerca de 120 transportadoras de todos os portes, 4 operadores ferroviários e 3 operadores de barcaças. Para Fernando Camargo, gerente do Serviço Intermodal da Hamburg Süd e da Aliança, a multimodalidade é um fator primordial que as empresas não podem ignorar para ampliar a competitividade, especialmente com as expectativas de crescimento do agronegócio para 2019.