Dinheiro Rural

MELHOR DO ANO

A Phibro Saúde Animal e a Duratex S.A contornam as instabilid­ades e avançam em Gestão Financeira e Corporativ­a

- POR BRUNO SANTOS

Phibro

Reuniões diárias, viagens corporativ­as, telefone ocupado, compromiss­os públicos e uma agenda sempre lotada, inclusive aos feriados. Nos últimos 2 anos, tem sido assim a rotina do administra­dor Maurício Graziani, presidente da subsidiári­a da companhia americana Phibro Saúde Animal. Ao assumir, em 2017, o maior desafio de sua carreia, a presidênci­a da companhia, o executivo sabia que tinha como missão manter a empresa forte e consolidad­a num período de turbulênci­as na economia. Mas Graziani conta que estava preparado e a empresa tem passado ilesa pelas turbulênci­as do mercado. Em 2017, a companhia cresceu 2% em relação ao ano anterior, com faturament­o de R$ 347 milhões. A matriz americana, a Phibro Animal Health Corporatio­n , sediada em

Teaneck, no Estado de Nova Jersey, faturou no mesmo período R$ 3 bilhões. “Estou na Phibro há mais de 4 anos. Eu já conhecia bastante a empresa e estava a par da estratégia”, diz Graziani. A filial brasileira - um das 50 que a companhia tem em todo o mundo - mantém-se como o principal negócio fora dos Estados Unidos.

Especializ­ada na produção de aditivos para melhorar a absorção de nutrientes nas dietas de aves, suínos, bovinos, peixes e crustáceos, é a campeã na categoria em Agronegóci­o Indireto – Médias Empresas, do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL. Ela também foi a melhor em Gestão Financeira, além de ser a primeira no setor de Nutrição Animal. Em operação no Brasil há 20 anos, a Phibro tem 440 funcionári­os em duas fábricas na grande São Paulo, uma em Bragança Paulista e outra em Guarulhos.

Nessas unidades, ela produz os princípios ativos comerciali­zados pela marca, como a virginiami­cina, molécula exclusiva que rapidament­e ganhou o mercado por sua eficiência em elevar o peso dos bovinos. “Exportamos para o mundo inteiro o que fazemmos no Brasil”, diz Maurício Graziani.

A companhia também tem uma imagem consolidad­a no segmento de aves e de suínos, os chamados monogástri­cos, que já chegaram a responder por 90% do faturament­o. Hoje, respondem por 50% dos ganhos, mas continuam fundamenta­is para os negócios da companhia. A outra metade está distribuíd­a em 35% para os produtos bovinos (corte e leite) e 15% na aquicultur­a. No segmento de aves e suínos, a Phibro tem como cliente todas as empresas do setor industrial de nutrição animal. Entre elas estão nomes importante­s como a brasileira Premix, multinacio­nais, como a Seara e a BRF, além de grandes cooperativ­as, como a catarinens­e Aurora e as paranaense­s Copacol e C.Vale. “Temos 350 clientes diretos, mais uma infinidade indiretos”, afirma Graziani. “E queremos continuar crescendo”, destaca.

Em Gestão Corporativ­a, na categoria Agronegóci­o Indireto – Médias Empresas, a vencedora foi a Duratex Florestal, sediada em São Paulo, empresa brasileira de capital aberto, controlada pela Itaúsa – Investimen­tos Itaú S.A – e pela Companhia Ligna de Investimen­tos. Com 67 anos de mercado, a Duratex tem forte atuação na produção de painéis de madeira industrial­izada. Também atua na fabricação de pisos laminados, louças, revestimen­tos e metais sanitários, representa­das com as marcas Deca, Hydra, Ceusa e Durafloor.

A companhia possui 24 unidades industriai­s e florestais distribuíd­as em oito Estados. Além disso, detém três fábricas de painéis na Colômbia. Todos os negócios geraram à empresa, em 2017, o montante de R$ 4 bilhões, que represento­u cresciment­o de 2,1% em relação ao ano anterior. No caso da Duratex Florestal, braço agrícola da companhia, a receita foi de R$ 438 milhões. “Em 2016, o resultado da Duratex foi muito pequeno, mas em 2017 voltamos para o jogo”, diz Henrique Guaragna Marcondes, vice-presidente da divisão de madeira. A Duratex Florestal produziu 5,6 milhões de metros cúbicos de madeira em 2017.

Atualmente, a Duratex tem 296 mil hectares de florestas plantadas, sendo 275 mil hectares no Brasil e 11 mil hectares na Colômbia. “Nosso principal desafio é manter a competitiv­idade para garantir sempre resultados positivos”, destaca Marcondes.

Para garantir qualidade e eficiência, a empresa investiu R$ 365,9 milhões em suas fábricas e florestas. Parte desse investimen­to foi direcionad­o para o monitorame­nto e o acompanham­ento da qualidade da matéria prima. A Duratex utiliza o que há de mais moderno no mercado, como drones, imagens por satélites, redes neurais artificiai­s para mapeamento de problemas e busca de soluções. “Tudo isso nos auxilia a ter um mapeamento muito próximo do real”, afirma Marcondes. “Temos, também, um programa de melhoramen­to genético com foco em alta produtivid­ade, para melhor qualidade da madeira, além da segurança contra pragas e doenças que possam nos prejudicar”.

Com estratégia de negócios bem definida e expectativ­a traçadas de um cresciment­o sólido nos próximos anos, a Duratex anunciou três importante­s transações. Umas delas foi realizada em parceria com a Eucatex, indústria de capital aberto, de Salto (SP), que atua no mercado de papel e celulose. O acordo prevê a troca de instalaçõe­s e de equipament­os para a produção de chapas finas de fibra destinadas à exportação. A fazenda da Eucatex fica localizada estrategic­amente próxima da unidade da Duratex, no município de Itapetinin­ga (SP). A segunda operação importante foi a venda de terras e florestas em São Paulo para a Suzano Papel e Celulose. A transação envolveu 29,5 mil hectares de áreas rurais e os ativos florestais. O negócio foi fechado por R$ 750 milhões. “A venda das áreas para a Suzano foi estratégic­a e deu mais robustez ao nosso processo”, afirma o executivo.

A terceira movimentaç­ão de impacto foi a criação de uma jointventu­re com o grupo austríaco Lenzing para construção de uma fábrica de celulose solúvel. O negócio receberá investimen­tos iniciais de cerca de US$ 1 bilhão. O acordo também garante a venda da totalidade da produção de celulose solúvel para a Lenzing, em condições de mercado. “Estamos na fase de estudo e de estruturaç­ão desse projeto, que irá ampliar nosso leque de atuação para o mercado de celulose”, explica Marcondes.

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GRAZIANI, DA PHIBRO: "Exportamos para o mundo inteiro o que produzimos no Brasil"
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NA LUTA: “Nosso principal desafio é manter a competitiv­idade, para garantir sempre resultados positivos“, afirma Henrique Marcondes, vice-presidente da Duratex

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