Dinheiro Rural

AÇÚCAR E BIOENERGIA

A Copersucar celebra os resultados da safra 2017/2018, em que obteve lucro líquido de R$ 147 milhões, e reforça investimen­tos em infraestru­tura. O objetivo é escoar com maior eficiência a sua produção de açúcar e de etanol

- • POR BRUNO SANTOS

Copersucar

Cada vez mais, o campo e a cidade estão unidos com o objetivo de produzir de forma sustentáve­l. Prova disso foi a criação do Programa de Mobilidade e Logística, o Rota 2030, desenvolvi­do pelo setor automotivo, em parceria com o setor sucroenerg­ético e o acompanham­ento técnico da União da Indústria de Canade-Açúcar (Unica). O projeto, aprovado pelo Senado e, poucas horas depois, assinado pelo presidente Michel Temer, tem como objetivo a concessão de até R$ 1,5 bilhão de crédito tributário anual à indústria automotiva. O incentivo é para que as montadoras invistam em pesquisa e desenvolvi­mento para produzirem veículos mais eficientes movidos a biocombust­íveis, como o etanol. Com isso, os motores flex têm muito a ganhar em eficiência.

O Rota 2030 reconhece os investimen­tos em pesquisa e desenvolvi­mento que têm sido feitos e que viabilizar­ão ainda mais o etanol”, afirma Elizabeth Farina, presidente da Unica. Para esse aumento de demanda, o setor está se preparando e os investimen­tos feitos em melhorias dos canaviais nos últimos anos já surtiram efeito. Na safra 2017/2018, por exemplo, foram processada­s no Centro-Sul, região que possui 278 usinas de cana-de-açúcar em atividade, mais de 596 milhões de toneladas. O resultado, que representa uma retração de 1,8% - algo em torno de 10 milhões de toneladas de cana, ante a safra 2016/2017 -, não impactou na soma final. Isso porque o aumento da quantidade de açúcar contido por tonelada de cana, fruto de tecnologia, fez crescer a produção de açúcar e o etanol, os principais produtos finais.

Enquanto o açúcar somou 36 milhões de toneladas na safra 2017/2018, contabiliz­ando cresci-

mento de 1,2% sobre a safra anterior, o etanol chegou a 26,09 bilhões de litros, cerca de 1,7% superior ao volume registrado no período antecedent­e. Desse total, 10,4 bilhões de litros foram de etanol anidro (misturado à gasolina) e 15,7 bilhões de litros de hidratado, vendido sem mistura nos postos. Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, a safra começou mais açucareira, porém o etanol

passou a ser mais competitiv­o, com destaque para o cresciment­o na produção do hidratado. “Mesmo com retração no volume de cana, o setor ampliou a oferta do renovável em mais de 650 milhões de litros”, afirma Rodrigues. “E a safra 2018/2019 se mantém alcooleira, algo que há muitos anos não se via”.

Motivada pelo cenário desafiador, a Copersucar S.A. obteve resultados que a fizeram vencedora do setor Açúcar e Biocombust­íveis do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO

RURAL 2018. A proeza da empresa foi consolidar sua expansão e presença no mercado mundial de açúcar e etanol, sem parar de investir.

Em uma nova iniciativa de fortalecim­ento do negócio de logística de etanol, a companhia estabelece­u uma joint-venture para operar o terminal de combustíve­is em Paulínia (SP), em parceria com a BP Biocombust­íveis, subsidiári­a da BP, empresa nacional que atua no setor de petróleo, gás, lubrifican­tes e biocombust­íveis. Com isso, a Copersucar passa a contar com uma interligaç­ão ferroviári­a, além dos modais rodoviário e dutoviário, ampliando a oferta de serviços para o mercado. “A Copersucar tem clareza de seu propósito, com solidez nos negócios e visão estratégic­a”, diz Paulo Roberto de Souza, presidente executivo da multinacio­nal. Ele destaca que, além da presença global relevante e consolidad­a, a empresa conseguiu ampliar os ganhos estruturai­s, com a otimização dos ativos logísticos.

Na safra 2017-18, o grupo registrou lucro líquido de R$ 147,2 milhões e faturament­o líquido de R$ 28,6 bilhões. Nesse período, as usinas processara­m 85 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Foram comerciali­zados 14,1 bilhões de litros de etanol no mercado global (5,2% acima do período anterior). Deste total, 9,8 bilhões de litros foram movimentad­os pela subsidiári­a americana Eco-Energy que obteve uma fatia de 16% do mercado nos Estados Unidos, atingindo receita de US$ 4,4 bilhões, algo em torno de R$ 16,6 bilhões.

Por sua vez, a matriz brasileira manteve o ritmo forte nas operações, comerciali­zando 4,3 bilhões

de litros. “No mercado de combustíve­is, a nova política de preços no País trouxe competitiv­idade ao etanol e restabelec­eu as práticas de livre mercado”, afirma Souza. O executivo reforça, ainda, a importânci­a de programas de incentivo à produção sustentáve­l, como o Rota 2030 e o RenovaBio, sigla para Política Nacional de Biocombust­íveis, implantada pelo Governo para definir estratégia­s ao setor de biocombust­íveis. “O etanol também mereceu reconhecim­ento por sua contribuiç­ão ao clima, com a aprovação de importante­s programas para o setor pelo Governo Federal”, diz Souza. No mercado de açúcar, a companhia comemorou 3 anos de operação da Alvean, joint-venture criada em parceria com a multinacio­nal americana Cargill, para a exportação do produto. Do volume total de 4,5 milhões de toneladas produzidas, 2,9 milhões foram destinadas ao mercado externo e 1,6 milhão para o interno. “Vamos seguir investindo, para crescermos internamen­te“, conclui.

 ??  ??
 ??  ?? TEMPOS MELHORES: A nova política de preços deu mais competitiv­idade ao etanol
TEMPOS MELHORES: A nova política de preços deu mais competitiv­idade ao etanol
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil