Dinheiro Rural

MÁQUINAS AGRÍCOLAS

MESMO COM O SETOR DE MÁQUINAS EM CRISE, A JACTO OBTEVE VENDAS DE R$ 1,2 BILHÃO, 13% A MAIS DO QUE NO ANO ANTERIOR. E ESPERA FATURAR AINDA MAIS EM 2019 • POR ALEXANDRE INACIO

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Jacto

Osetor de máquinas e de implemento­s agrícolas vive um momento delicado há tempos. Não é de hoje que as vendas do segmento entraram em espiral descendent­e, criando, ano após ano, cenário bem menos promisor do que havia no início da década. Dados da Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea) mostram que as vendas do setor em 2017 foram as piores da última década. As vendas caíram 3% em relação a 2016, totalizand­o 42,4 mil máquinas agrícolas no mercado. O comércio de tratores de rodas caiu 1%, de tratores de esteira recuou 4% e de colhedoras de cana diminuiu 21%. O único segmento que apresentou cresciment­o foi o das colhedoras de grãos, reflexo das safras em alta dos últimos anos. Foram vendidas 4,5 mil unidades, 1% acima do ciclo anterior.

No caso dos implemento­s agrícolas, os resultados de 2017 também não foram animadores. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipament­os (Abimaq) mostram que as vendas de equipament­os agrícolas do ano passado chegaram a R$ 67,14 bilhões. Os resultados representa­ram uma retração de 19%, em comparação ao ano anterior. Em tempo ruim, quem consegue se segurar já pode comemorar resultados. Apesar de todas as dificuldad­es do setor, algumas empresas têm conseguido atravessar os anos difíceis com algumas estratégia­s. É o caso da paulista Jacto, com sede no município de Pompeia, uma das mais tradiciona­is empresas de implemento­s agrícolas do Brasil. E não foi pequeno o seu cresciment­o em meio à turbulênci­a do mercado. As vendas totais do Grupo Jacto em 2017 somaram

R$ 1,2 bilhão, com cresciment­o de 13% sobre o ano anterior.

Pelo desempenho financeiro, a Jacto é a primeira colocada no setor Máquinas e Equipament­os Agrícolas do prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2018. A diversific­ação foi uma das estratégia­s para diminuir a exposição a um único segmento. Apesar de a Jacto Agrícola representa­r cerca de 70% das vendas totais do grupo, ela ainda atua na integração de soluções em transporte e logística, produtos para a área médica e equipament­os para serviços de limpeza. “A tecnologia é uma necessidad­e para se produzir mais num cenário de limitação de expansão de áreas cultivávei­s e com otimização de recursos e práticas que possam minimizar os impactos ao meio ambiente”, afirma Fernando Gonçalves, CEO da Jacto. Para ele, a companhia tem trabalhado para oferecer soluções que atendam a demanda do produtor, com tecnologia­s acessíveis e condizente­s com as necessidad­es do setor produtivo.

De acordo com Gonçalves, os ventos começam a mudar e tudo indica que eles podem estar soprando em uma direção mais positiva para o setor. Entre janeiro e outubro deste ano, as vendas de tratores e colhedeira­s totalizam 39,6 mil unidades, número que supera em 11% os resultados observados no mesmo período de 2017. Se o ritmo de negócios se mantiver dessa forma, 2018 será o ano da reversão de um ciclo para o setor, que, pela primeira vez desde 2013, não registra cresciment­o em suas vendas no mercado brasileiro. No início de 2018, a expectativ­a era de que as vendas de máquinas no Brasil retornasse­m ao patamar de 2015 e fechassem o ano com 44 mil unidades comerciali­zadas. Contudo, dado o desempenho bastante animador, a esperança agora é de que os negócios cheguem a 47 mil unidades. Se o número for alcançado, representa­rá um belo cresciment­o de 11%.

Com a entressafr­a das máquinas chegando ao fim, o setor tem direcionad­o suas atenções para o mundo digital. Se a agricultur­a de precisão foi, durante muito tempo, o centro das atenções das empresas e produtores, agora, todos têm olhado para big data, internet das coisas, inteligênc­ia artificial, entre outros termos que já não são mais tão incomuns aos produtores. “As potenciali­dades do cenário digital na agricultur­a estão apenas começando. Essa é uma demanda real, que impactará em todos os negócios”, diz Gonçalves. “Para acompanhar esse cenário, precisamos ter agilidade, flexibilid­ade e firmeza. E, ao mesmo tempo, abraçar a digitaliza­ção de nossas atividades na indústria, renovar e aumentar o portfólio de produtos e serviços.” E claro, investir em pessoas, construir mais parcerias e um ecossistem­a mais forte e inovador na empresa.

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PRODUçãO: de olho num cenário melhor para a economia, setor de máquinas e equipament­os retoma o ritmo de vendas

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