“A gestão de fortunas cresceu 12% em 2018”
Antonio Costa, presidente da Azimut Brasil Wealth Management
Vinculado a um grupo financeiro de origem italiana, o braço de gestão de fortunas (wealth management) da Azimut no Brasil administra R$ 6,7 bilhões. Somando-se a gestora de fundos AZ Quest, o total de recursos geridos ultrapassa R$ 23 bilhões. Costa conversou com a DINHEIRO
Os investidores estão otimistas?
Notamos uma melhora do humor do mercado, especialmente em relação ao cenário doméstico. Quando o cenário eleitoral ficou mais definido, no fim do ano passado, os juros de longo prazo baixaram significativamente, o que vem sustentando um movimento de alta nas ações.
Onde os donos de fortunas devem investir?
Nossa avaliação é de um movimento em direção a correr mais riscos. Em termos gerais, a recomendação é de reduzir a alocação na renda fixa, passando de uma estratégia em que fundos multimercados e ações têm mais peso. Nós, e outras empresas que administram fortunas, já temos captado movimentos desse tipo no mercado.
Como está essa atividade?
A gestão de fortunas no Brasil está crescendo de maneira orgânica. Esse mercado em geral aumenta de tamanho quando ocorrem eventos de formação de riqueza, como grandes aberturas de capital em Bolsa e operações de fusões e aquisições. Em 2018 houve apenas três aberturas de capital.
O Brasil vem crescendo?
No ano passado, o mercado cresceu 12% e o total de recursos administrados em fortunas e private bank atingiu R$ 1 trilhão. Não são os 20% de crescimento do início da década, mas está bem acima da média dos três últimos anos, que não chegou a dois dígitos. No caso da nossa empresa, os números são bem melhores. Em 2017 e 2018 crescemos, em termos compostos, 82% e chegamos a R$ 6,7 bilhões. Temos diversas operações em preparação, e esperamos romper a barreira de R$ 7 bilhões em breve.