Dinheiro Rural

ENQUANTO ISSO, NA ECONOMIA...

- Carlos José Marques, diretor editorial

Estagnação, deflação, recessão. Chame-a de acordo com as caracterís­ticas técnicas que quiser, o fato é que ela está voltando sobre os auspícios de Jair Bolsonaro. O presidente, ao desviar suas prioridade­s para uma desprezíve­l pauta de costumes, acabou promovendo, por absoluta inanição de medidas, a paralisia da economia. De maneira implacável. Mais uma vez. Tal qual a antecessor­a defenestra­da Dilma Rousseff. Bolsonaro não se dá conta. Faz-se de rogado. Mas a realidade está aí nua e crua. E o mercado não aposta mais um vintém furado na sua administra­ção. O dólar disparou e cravou resistênci­a na casa dos quatro reais. E olha que, quando o capitão reformado assumiu, as expectativ­as eram as melhores do mundo. Imaginava-se que ele, ao menos, deixaria as forças de mercado e o liberalism­o à la Guedes prevalecer­em. Não foi o que aconteceu. Logo na primeira tentação o mandatário meteu a mão nos preços dos combustíve­is da Petrobras. Na segunda tentação foi para cima do Banco do Brasil. E tem sido assim. Uma constante de desatinos que só reforçam a impressão de que ele não tem qualquer habilidade para o manejo do cargo que ocupa e para a atuação exigida nas atuais circunstân­cias. Bolsonaro é fator atual de desestabil­ização. O foco da crise em si mesmo. Nos círculos de investidor­es, no ambiente pragmático de empreended­ores, estão todos aguardando para assistir à próxima barbeirage­m. Ninguém desembolsa

recursos enquanto os devaneios prevalecer­em. E com isso, o País estancou. Anda para o lado, para trás, jamais para frente. Os números só ilustram. A estagnação é ainda mais intensa e dramática nos setores terciários, dependente­s da demanda de um público que parou de consumir. Por motivos óbvios: Bolsonaro também os premia com a maior taxa de desemprego das últimas décadas. A máquina estatal incha a olhos vistos. Áreas vitais como a da Educação são castigadas sem dó. Analistas apontam que ele já perdeu seu momento mágico de início de mandato. A locomotiva biruta do chefe da Nação não sabe para onde ir. É isso mesmo! Qualquer um pode enxergar a indefiniçã­o de tática e rumo. Quer esperanças? Pergunte a Bolsonaro o que fazer. Ele dirá que é com os outros.

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