Produtores brasileiros traçam estratégia para ir além da China e conquistar outros clientes asiáticos
COMO O SETOR PRODUTIVO PODE CONSTRUIR ESTRATÉGIAS PARA IR ALÉM DO MERCADO CHINÊS E FIDELIZAR OUTROS CLIENTES ASIÁTICOS
“L embro do início do movimento para formar o mercado do algodão, quando nos juntamos para exportar, mesmo com prejuízo”, diz Eraí Maggi, 60 anos. Dono do grupo Bom Futuro, com sede em Cuiabá, ele começou a cultivar a fibra na década de 1990. “Agora, temos de ir novamente aos nossos compradores, conhecer melhor o mercado externo e trazer esses clientes para visitar nossas fazendas.” Com três sócios, Maggi é um dos maiores produtores do País, dono de cerca de 500 mil hectares em Mato Grosso e com 1,7 milhão de toneladas de grãos e fibras colhidas por safra. Ao convocar o setor nos dias atuais, ele se refere a um segundo movimento necessário de consolidação, que começa a ser discutido no segmento: o acesso a mercados. Mas isso em um outro patamar. A cotonicultura precisa do reconhecimento e da percepção global de que o Brasil se tornou um protagonista na produção da fibra e pode, até mesmo, dar as cartas nesse jogo.
Oprodutor rural brasileiro já domina a atividade há muito tempo. Esse destaque se deve, entre outros motivos, a investimentos em melhoria de solo, genética, sementes, maquinários e pesquisas. Porém, por mais inovador que tenha sido os últimos anos, o agronegócio está em outra fase: cedo ou tarde a limitação de área pode ser um impeditivo para que os resultados continuem positivos.
Soluções efetivas, demandas para a necessidade específica do agropecuarista e que otimizem a área de produção poderão ser conferidas na
Digital Agro 2019, uma das principais feiras de tecnologia para o campo do Brasil e que acontecerá de 11 a 13 de
junho, no município de Carambeí, no Paraná. A feira é organizada pela Frísia
Cooperativa Agroindustrial com parceria técnica da Fundação ABC. As mais de 40 empresas expositoras, número 30% maior que a edição passada, levarão o que há de mais eficiente em produtos e serviços para atender os desafios do agronegócio brasileiro. “Um dos diferenciais da
Digital Agro é a possiblidade de colocar no mesmo ambiente expositores com soluções inteligentes e produtores rurais que estão ávidos por inovações. Cerca de 70% do público da feira tem esse perfil”, analisa o superintendente da Frísia, Emerson Moura. A Digital Agro será realizada no Parque de Exposições, anexo ao Parque Histórico de Carambeí, uma área coberta com um amplo auditório e arquitetura externa que remete à holandesa. No centro do pavilhão, haverá uma área de startups que desenvolvem soluções para as propriedades rurais.
TEMÁTICAS
Para atender a procura por inovações que ampliem a produtividade no campo, os visitantes terão acesso aos temas transformação digital, sustentabilidade, internet das coisas e smart farming (aplicação da tecnologia da informação e comunicação na agricultura). Os assuntos serão tratados pelos palestrantes já confirmados, como Ole Green (AgroIntelli), Fábio Teixeira (HyperCubes) e Leandro Karnal. Além disso, o Fórum de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) será realizado no dia 11 de junho pela manhã; no período da tarde, será a vez do Fórum Comercial Frísia. As possibilidades apresentadas na
Digital Agro darão ferramentas para o produtor rural não ficar à mercê dos desafios, mas, sim, ampliar os resultados das suas atividades e continuar desenvolvendo a economia do País.