Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras
da base à estrutura da cadeia agrícola brasileira
Apesar da crise econômica nos últimos cinco anos, as cooperativas que atuam no agronegócio mantiveram uma média de crescimento anual de quase 10%. Dito isso, fica claro o seu papel na retomada do crescimento da economia no País. A atividade agropecuária é, indiscutivelmente, um dos mais eficazes instrumentos de desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, as cooperativas agropecuárias fomentam a prosperidade econômica e o progresso social vinculados ao empreendimento rural, de pequeno, médio e grande porte.
A organização de produtores rurais em cooperativas propicia a sua inclusão de maneira coordenada e cada vez mais robusta e profissional no mercado. Um dos grandes diferenciais do nosso modelo é a participação ativa de seus membros na gestão, como donos do negócio, que ganham força pela união de propósito, assim como poder de escala, eficiência e, consequentemente, mais espaço em sua área de atuação. Todos esses fatores resultam em maior renda e melhor qualidade de vida aos cooperados, empregados e familiares.
Atualmente, o cooperativismo agropecuário é composto por 1.555 cooperativas que congregam cerca de 1,1 milhão de cooperados e geram cerca de 188 mil empregos diretos. Juntas, elas movimentam mais de R$ 200 bilhões por ano. As cooperativas têm capilaridade e conseguem aplicar novas tecnologias de forma rápida e eficaz, oferecendo produtos de
qualidade e com preço justo no mercado, garantindo aos produtores cooperados melhor remuneração. Assim, o setor exerce um papel importante também na distribuição de renda no País.
Esse cenário positivo também está atrelado à ampliação das estruturas agroindustriais das cooperativas. Só os investimentos em inovação, nos últimos 10 anos, foram de cerca de R$ 12 bilhões. Com isso, passamos a trabalhar com uma produção de valor agregado crescente, otimizando custos e somando melhores resultados. A consequência? Aumento da produtividade, expansão dos negócios e abertura de novos mercados.
Hoje, um dos principais desafios do cooperativismo no Brasil é continuar crescendo, investindo cada vez mais na capacitação e na profissionalização da gestão das cooperativas. Seguimos por um caminho de sustentabilidade, com um modelo de negócios inclusivo e socialmente responsável. Cada vez mais o cooperativismo ganha novos espaços e se confirma como um importante agente de crescimento do setor agropecuário brasileiro. E essa contribuição pode ser ainda maior. Esse é o nosso desejo. A abertura de diálogo com o novo governo e com a nova formação do Congresso Nacional é outro ponto fundamental, para que possamos contar com um ambiente regulatório que fomente esse processo, abrindo oportunidades para novos players e consolidando os já existentes.