Dinheiro Rural

AVICULTURA

COM 25 ANOS NO MERCADO, A KORIN, UMA DAS MAIORES DO SETOR, CONTINUA APOSTANDO EM UM CRESCIMENT­O NA CASA DE DOIS DÍGITOS POR ANO

- VERA ONDEI

Setor quer um negócio que atenda à demanda do consumidor de modo sustentáve

Empilhados nas prateleira­s, há arroz, café, canjica, milho, farinhas, feijões, grãos e mel. Em nichos, estão as frutas e as verduras, próximas dos ovos e das carnes de bovinos, aves e peixes. A loja poderia ser mais uma entre outros milhares de pequenos empreendim­entos País afora, não fosse por um detalhe: qualquer coisa que se queira comprar, de um total de cerca de 240 itens, é produzida em sistema orgânico. “O sonho de Mokiti Okada fez com que conseguíss­emos chegar a um patamar em que podemos atender com excelência a todos os consumidor­es”, diz Marco Antonio Baptista, gerente geral da Korin e reverendo da Igreja Messiânica Mundial do Brasil. Sim, uma das maiores empresas de produtos orgânicos do País também tem cunho religioso. Ela nasceu a partir das ideias de um filósofo e espiritual­ista oriental, Mokiti Okada, que viveu nos anos 1800. Nos negócios, a marca completa 25 anos em 2019, com 1,4 mil pontos de venda. Em 2018, a receita foi de R$ 137 milhões.

A Korin faz parte de um nicho que movimentou cerca R$ 4 bilhões no ano passado, valor 20% acima de 2017. Na última década, o setor de alimentos agroecológ­icos, principalm­ente os orgânicos, esteve em ascensão contínua e deve continuar crescendo na casa dos dois dígitos, de acordo com o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentáve­l (Organis). A entidade reúne cerca de 60 empresas do setor,

entre elas Korin, Campo Verde, Jasmine e Ecobio. No mundo, esse mercado é estimado em US$ 97 bilhões, o equivalent­e a quase R$ 400 milhões.

Para comemorar um quarto de século, a empresa promoveu, na capital paulista, a exposição “Servindo a Sociedade – Agricultur­a natural, horta caseira e Korin”. Mas não ficou apenas nisso. Aproveitou a data para colocar mais produtos no mercado, como a tilápia livre de hormônios de reversão sexual. É a primeira vez que esse tipo de produto vai para o comércio local. Na criação tradiciona­l, no período pós-larvas são aplicados hormônios masculiniz­antes. Isso porque, em geral, os peixes machos ganham cerca de 30% mais peso do que as fêmeas.

Reginaldo Morikawa, diretor superinten­dente da companhia, diz que a produção e a pesquisa no setor de orgânicos sempre foi um desafio. “Devemos todas as nossas conquistas a um propósito”, declara. “De que as pessoas pensassem muito mais nos alimentos que estão produzindo e no cuidado com o planeta.” Atualmente, além da produção própria no interior paulista, a Korin tem 46 produtores integrados para produzir frangos e ovos. Também é parceira de entidades como a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, que nasceu no pantanal sul-mato-grossense em 2001, dedicada à criação de gado, e da gaúcha Cooperativ­a de Produção Agropecuár­ia Nova Santa Rita, que fornece arroz para a Korin.

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A carne de frango é um dos produtos da Korin, que faturou R$ 137 milhões no ano passado
EM ALTA A carne de frango é um dos produtos da Korin, que faturou R$ 137 milhões no ano passado
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TUDO NATURAL Os cerca de 240 itens que a Korin coloca no mercado nacional são produzidos em sistema orgânico
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