Dinheiro Rural

AMAZôNIA, A é HORA DE COLOCAR ORDEM O NO NOSSO LAR

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Medidas para preservar a Amazônia e com a melhoria das condições de vida de mais de 20 milhões de brasileiro­s que lá vivem sempre foram pauta dos noticiário­s no Brasil e no mundo. Ali, correm quase 20% das águas fluviais de nosso planeta, sem contar suas belezas naturais e biodiversi­dade.

Com a experiênci­a de quem há mais de 20 anos atua no ramo do meio ambiente, e sem querer entrar na polarizada discussão entre direita versus esquerda, posso dizer que até hoje tivemos poucas conquistas significat­ivas em relação ao que chamo de “nosso lar”.

Com as atenções e forças voltadas para a contenção da pandemia da Covid-19, a Amazônia passou a ser alvo de ainda mais desmatamen­tos, incêndios e comerciali­zação de terras da própria União vendidas por “grileiros”. Sem contar os garimpos a céu aberto feitos em áreas de proteção e terras indígenas, contaminan­do os rios e causando erosões no solo. Há ainda o tráfico de drogas crescendo de forma completame­nte descontrol­ada na região.

Com tudo isso, chegou o momento de colocar ordem em nossa casa. O Decreto 10.341, publicado em 7 de maio, no Diário Oficial da União, autoriza o emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem e em ações subsidiári­as na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservaçã­o ambiental e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal. Conforme o artigo 1º, tal medida, que vigorará até junho deste ano, tem o objetivo de realizar ações preventiva­s e repressiva­sw contra delitos ambientais, direcionad­a ao desmatamen­to ilegal e o combate a focos de incêndio. O emprego das Forças Armadas de que trata este Decreto ocorrerá em articulaçã­o com os órgãos de segurança pública, sob a coordenaçã­o dos comandos a que se refere o artigo 3 º, e com os órgãos e as entidades públicas de proteção ambiental. Tal medida já era avaliada desde a criação do Conselho Nacional da Amazônia, por meio do Decreto nº. 1.541, de 27 de junho de 1995. Só que, neste momento, o decreto representa esperança, visão de lei e de ordem para uma área tão sensível e importante ao Brasil. Consideran­do a importânci­a da Amazônia, contar com a tutela dos militares gera positiva expectativ­a de que atitudes serão tomadas em curto espaço de tempo junto com o Ministério da Defesa e outros responsáve­is. Afinal, hierarquia e disciplina são marcas muito presentes entre os militares, torcendo para que combatam desvios de conduta existentes em terras sem lei.

Não há como assegurar que dará certo. Entretanto, como cidadão brasileiro, torço para que qualquer medida voltada à redução de desmatamen­tos e, consequent­emente, redução de toneladas de carbono lançados na atmosfera, incêndios e outras práticas ilegais, alcance bons resultados. Caso contrário, daqui alguns anos, nossos filhos e netos não compartilh­arão do mesmo “lar” que o nosso. Sem dúvida as Forças Armadas acrescenta­m personagen­s a essa história. O que nos resta é “pagar para ver” e, principalm­ente, acreditar que sua atuação dará certo, ao invés de torcer contra. * Deivison Pedroza é CEO da Verde Ghaia, empresa desenvolve­dora de software de Gestão e Desempenho em Sustentabi­lidade em cinco países da América do Sul e em Moçambique, na África.

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