Longe da pandemia, perto das soluções
Um dos setores menos afetados pela Covid-19, o agronegócio brasileiro tem sido responsável por manter certo equilíbrio na balança comercial e garantir que a queda do PIB não seja tão violenta como as primeiras projeções indicavam. Isso porque, enquanto o resto da economia encolhe, o agro avança. Graças às atividades do campo, não faltam alimentos, fibras e nem energia para manter as atividades essenciais em marcha. Parte desse feito notável se deve ao crescente uso de tecnologias avançadas. Em poucos anos, o que era visto apenas como tendência, nicho ou vanguarda, passou a fazer parte do dia a dia de produtores de diferentes portes, culturas e regiões. Hoje, as soluções vão muito além de plantadeiras e colheitadeiras embarcadas com ferramentas digitais ou sistemas de monitoramento da lavoura. Os gestores do agronegócio brasileiro têm adotado desde aplicativos que auxiliam na gestão financeira até Inteligência Artificial para tomadas de decisões rápidas e estratégicas. De acordo com uma pesquisa realizada no ano passado pela LLamasoft, em parceria com a Ciclo Marketing e o Insper, por meio do Núcleo de Estudos em Operações e Supply Chain, a adoção de ferramentas operacionais e transacionais já é uma realidade para quase 50% das empresas entrevistadas, em diferentes segmentos do agro. Ainda de acordo com o estudo, muitas delas intensificaram investimentos para aumentar a capacidade de reação da cadeia de suprimentos de modo a atender mudanças relevantes na demanda. A possibilidade de reagir rápido às necessidades do mercado é um dos fatores que traz vantagens competitivas para o Brasil, país líder na produção e exportação de diversas culturas. A aposta em uma profunda alteração no mercado global de grãos é o que tem movido o empresário Frederico Humberg, fundador e CEO da AgriBrasil. Personagem da matéria de capa desta edição da DINHEIRO RURAL, ele acredita que o milho em breve irá superar a soja como a principal commodity brasileira. Ainda que a crença de Humberg não seja unânime entre seus pares, é de fundamental importância compartilhar suas expectativas com os demais produtores e traders. Para que o agro continue tendo êxito no futuro, é preciso não apenas estar atento às tendências, mas sobretudo interpretar corretamente os sinais e indicadores que hoje estão ao alcance de todos por meio de soluções de big data, que processam grandes volumes de dados. A informação é o futuro do campo.