Dinheiro Rural

“A PECUÁRIA NÃO PRECISA DESMATAR ÁREAS PARA SE ESTABELECE­R”

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Ricardo Santin assumiu a presidênci­a da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) no dia 20 de agosto, após a saída de Francisco Turra que deixou o cargo após 12 anos à frente da associação. Um dos principais desafios já em pauta é fortalecer a imagem do setor que sofreu com acusações de produtos contaminad­os pela Covid-19 e pelas queimadas que assolaram a Amazônia e o Pantanal

Rural - Quais as prioridade­s da agenda da entidade na gestão do senhor?

Santin - Melhorar a competitiv­idade e fortalecer a imagem das proteínas que a entidade representa (aves e suínos).

Rural - Como a questão da competitiv­idade será trabalhada?

Santin - Reforma tributária, por exemplo. Nosso pleito é que a exportação não seja tributada para que o produto brasileiro ganhe ainda mais mercado. Hoje, a carne de frango nacional participa com 36% das exportaçõe­s mundiais. Em carne suína, nós somos o 4o maior exportador. Ao melhorar nossa competitiv­idade, aumentamos nossa presença no mercado global.

Rural - Com relação à image, o ano trouxe grandes desafios.

Santin - Sim. Chegamos a um momento muito perturbado­r com a proliferaç­ão de notícias falsas e extremismo­s como a questão dos veganos. Respeitamo­s quem não come carne, mas é preciso que se respeite também quem escolhe, quer e precisa comer proteína animal.

Rural - Houve também a acusação pela China de que o frango brasileiro estava contaminad­o com a Covid-19. Também foi notícia falsa?

Santin - Neste episódio, a China achou o material genético de um vírus desativado na caixa de asas de frango que estava dentro de um armazém. Mas, estamos tranquilos que nossos produtos não têm Covid-19 e esclarecem­os o assunto com a China.

Rural - Outra ameaça à reputação da pecuária está relacionad­a aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. Qual a posição da ABPA sobre o tema?

Santin - Essa agressão ao setor é injusta. Temos no Brasil uma produção sustentáve­l, com uma indústria séria. A pecuária não precisa desmatar áreas para se estabelece­r. Somos a favor da tolerância zero para queimadas e desmatamen­tos ilegais. O governo precisa agir com rigor contra atividades criminosas. Mas, alguns debates no exterior são politizado­s e com dados imprecisos e falsos.

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