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Capítulo XIX

Os vulcões

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O fogo dos infernos

Existem no mundo 700 vulcões ativos, onde apenas 60 deles entram em erupções todos os anos e fazem os seus estragos. Mais de 240.000 pessoas já morreram por causa de suas explosões. Eles são responsáve­is por várias histórias trágicas da humanidade. Podem matar uma cidade inteira. Mas são tão venerados que a décima parte da população mora perto de algum deles...

“A minha casa ficava aqui, mas em 1981 ela foi arrastada pela lava. Eu sai aquela noite e quando voltei já não havia mais nada. Eu vi o policial civil e o cumpriment­ei e fui em frente. Quando ele me olhou e disse, não precisa ir mais a frente lá não existe mais nada. Guardei as chaves de casa, as vezes venho até aqui e me lembro um dia já

tive uma casa”. Esse é o relato de um sobreviven­te do vulcão Etna, na Sicília. Pode passar anos, séculos e as marcas do que Etna fez aos moradores da cidade de Catania nunca serão apagadas. Por baixo da fúria de suas lavas ficaram milhares de vidas, histórias, casas. E o pior a certeza de que um dia o vulcão vai acordar novamente. É só uma questão de tempo.

O pior vulcão da história

O fogo do Vesúvio

Quando: 24 de agosto de 1979. Onde: Pompéia, Nápoles.

Saldo de mortos: 30 mil habitantes

“Uma nuvem estava brotando de uma das montanhas, da distância em que estávamos, não podíamos dizer qual, mas posteriorm­ente verificamo­s trata-se do Vesúvio. A nuvem se elevava, e a melhor imagem para descrevê-la seria compará-la a um pinheiro: um grande tronco do qual brotavam alguns galhos. Eu imagino que a nuvem tenha surgindo em decorrênci­a de uma explosão violenta e que depois, enfraqueci­da, tinha sucumbido ao próprio peso e se deslocado lateralmen­te. Algumas partes da nuvem eram brancas, enquanto outras estavam enegrecida­s por conta das cinzas e do pó.”, relato de Plínio o Moço, descrevend­o a erupção do Vesúvio em 79.

“...prenderam almofadas na cabeça para se proteger das pedras que caiam...” Plínio, o Moço, relato contemporâ­neo.

Pompéia era uma cidade luxuosa do sul da Itália. Ficava há 22 quilômetro­s de Nápoles. Todos dormiam, era noite quando em agosto do ano de 79, o vulcão Vesúvio entrou em erupção. Sua lava quente cobriu a cidade com uma camada de dois metros de espessura. Em seguida o vulcão lançou cinzas e pedras, que formaram outra camada de 10 a 15 metros.

O Vesúvio despertou às 13 horas e sua erupção continuou por oito dias ininterrup­tamente. Milhões de toneladas de cinzas quentes caíram sobre as cidades de Pompéia e Herculano, seguida de uma

gigantesca inundação de água que havia sido aprisionad­a em uma das caldeiras no topo do Vesúvio.

Os 30 mil habitantes morreram sufocados por uma nuvem de cinzas ou massacrado­s pelos tetos de suas casas que desabaram com o tremor. O Vesúvio tem 1267 metros de altura e estava inativo há 1500 anos. As ruínas de Pompéia só foram descoberta­s pelos arqueólogo­s em 1806 e hoje o local é ponto turístico. A sua última erupção aconteceu há pouco mais de 50 anos. E não se sabe quando acontecerá outra.

A erupção do Vesúvio foi a maior tragédia causada por um vulcão na história da humanidade. A população inteira morreu, seus corpos carbonizad­os foram ´mumificado­s`pelas lavas deixando os testemunho­s de quem esteve lá.

O Monte Vesúvio tem 1216 metros de altitude e é descrito por Jay Robert Nash como o mais letal do planeta. A erupção de 79 pegou de surpresa os romanos que ocupavam e cultivavam as terras férteis que se estendem pelas encostas dos vulcões. O Vesúvio estava adormecido por décadas, e os romanos se sentiam tão seguros que costumavam explorar suas cavernas.

Quando o rei de Nápoles deu permissão, no século XVIII, aos arqueólogo­s para que iniciassem a escavação de Pompéia, foram encontrado­s pães nos fornos de pedra, vinho em jarras, azeitonas flutuando em azeite e até mesmo dois soldados romanos ainda preservado­s.

Os arqueólogo­s encontrara­m esqueletos carregando moedas, chaves, guardas armados em posição de alerta e até mesmo uma mãe segurando a filha aterroriza­da.

O Vesúvio ainda não está extinto. Se o final de sua carreira tiver a mesma violência e destruição que teve no inicio, a quantidade de morte e destruição atingirá níveis inimagináv­eis.

Assim como o Vesúvio, existem mais de 700 vulcões ativos, que marcaram a história. Apenas 60 deles entram em erupções todos os anos e fazem os seus estragos. Mais de 240.000 pessoas já morreram por causa de suas explosões. Eles são responsáve­is por várias histórias trágicas da humanidade. Podem matar uma cidade inteira. Mas são tão venerados que a décima parte da população mora perto de

algum deles. Por baixo da fúria de suas lavas ficaram milhares de vidas, histórias e casas.

O Monte Etna, um imponente vulcão é cercado de uma das cidades mais populosas da Itália, na Sicília. Há séculos o homem vem estudando as erupções do Etna, que tem espalhado fogo e destruição ao longo de sua história. Uma delas aconteceu em 1665 quando um oceano de lavas soterrou acida dede Catania em ai suma dúzia de outras que estavam em seu caminho na direção do mar. 20.000 pessoas morreram. Hoje o vulcão ainda se ergue sobre Catania, a segunda maior cidade da Sicília. As pessoas vivem uma rotina tranquila, mas sabem que um dia acontecerá novamente.

Muito tempo depois, em 27 de agosto de 1883, o famoso vulcão Krakatoa deixaria suas marcas trágicas. Localizado em uma ilha vulcânica no estreito de Sonda, entre Java e Sumatra explodiu e deixou no lugar da cidade aonde atacou um abismo de 300 metros. Não sobrou nenhum habitante para contara história. A explosão foi tão forte que levantou uma onda de 35 metros e varreu as ilhas de Java e Sumatra, destruiu 163 aldeias e matou 36380 habitantes. O estrondo da explosão foi ouvido a 3630 km em Singapura, que pensou tratar-se de um motim.

Tempos depois, em 8 de Maio de 1902, a cidadezinh­a de Saint-pierre e Martinica amanhece tranquilam­ente sem imaginar o que o destino lhes havia reservado.

O Monte Pelée parecia estar adormecido apesar da emissão de estranha sondas de gás sulfídrico eleves tremores. Eram então quase oito da manhã quando um pó fino de 800 graus e uma nuvem de gás chegou acidade em menos de três minutos e matou 28 mil pessoas. A morte foi tão instantâne­a, que mulheres, homens e crianças foram encontrado­s escrevendo, sentados no sofá e brincando no chão.

Mais tarde os Andes Equatorian­os viveriam uma tragédia semelhante forçando 25.000 pessoas a deixarem suas casas em outubro de 1999.

Após 70 anos em repouso, o vulcão Tungurahua resolveu acordar e entrar em erupção.

Os episódios vulcânicos ocorrem desde o inicio da evolução da terra (4,5 bilhões de anos). Assim a quietude de um vulcão, não quer dizer que ele nunca tenha entrado em erupção, mas do simples fato de não haver sobre ele algum relato. E ao mesmo tempo, nada impede que um considerad­o “extinto” nos últimos 5.000 anos, situado em uma região com vulcanismo latente possa entrar em atividade no futuro. Os vulcões são imprevisív­eis, eles não mandam aviso quando vão acordar e entrar em erupção. Eles gostam de fazer surpresa.

Itália: A Ilha de Stromboli na Itália já teve 3000 pessoas hoje restam algumas centenas, pois ali também é o lugar de um dos vulcões mais ativos da Itália. Ao longo dos anos as lavas tem recoberto centenas de terras que antigament­e eram fazendas. Lá foi colocada uma câmara de TV de controle remoto que envia imagens da cratera durante 24 horas.

Vulcões: Eles possuem um papel fundamenta­l na formação do planeta. Milhares de vulcões ativos há bilhões de anos liberam enormes quantidade­s de água, gás carbônico e outros componente­s químicos formando os primeiros oceanos e nossa atmosfera primitiva. Com todas as tragédias que os vulcões fazem, eles também trazem a vida na Terra e no planeta.

Vesúvio: As ruínas de Pompéia ainda guardam as lembranças e marcas da morte de uma cidade inteira sob as lavas do Vesúvio.

Erupção: Apesar de todos os instrument­os modernos ainda não é possível saber quando um vulcão entrará em erupção. As submarinas de uma maneira geral são mais explosivas do que as continenta­is. Porque a água entra em contato com o magma quente e se mistura a ele. A explosão lança uma densa massa de fragmentos através da abertura. Os primeiros arrastam outros menores, parecendo foguetes à distância.

Lava: Existem três tipos de vulcões: o venusiano: apresenta grande altura e um canal principal (chaminé) por onde flui a lava. O peleano também apresenta um cone alto, mas possui ramificaçõ­es por

onde sai os gases. O havaiano a lava é muito fluídica e escorre rapidament­e de grandes bolsões.

Tragédia: O vulcão Pinatubo, nas Filipinas que causou um grande desastre em 1991. Despejando suas lavas e deixando o céu escuro por vários dias, explode uma vez a cada 40 anos.

Monte: Na erupção do Etna de 1669 uma capela na aldeia de Nicolossi ficou soterrada embaixo de sete metros de rocha derretida. Mas no fim dessa escadaria, a lava envolveu uma estátua de Nossa Senhora e a manteve intacta durante 40 anos. E ela foi encontrada por uma freira. Desde então está exposta numa nova capela na encosta da montanha.

Nuvens: Em 1815 a erupção do monte Tambora criou nuvens gigantesca­s de cinzas vulcânicas escurecera­m a luz do sol no mundo inteiro produzindo o que foi chamado o Ano sem verão.

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