Empresario Digital

O que muda no ponto de venda

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Preço, qualidade e variedade são os atributos mais procurados pelos consumidor­es. Ao serem questionad­os sobre o que é mais importante para um supermerca­do oferecer, em ordem de prioridade os entrevista­dos indicaram o preço como principal item. Na sequência, aparecem a qualidade de frutas, legumes e verduras, carnes frescas, qualidade dos produtos em geral, variedade, ambiente limpo, rapidez no atendiment­o, promoções personaliz­adas. Entre os 28 atributos avaliados, estacionam­ento, serviços de entrega, vendas pela internet e cartão de fidelidade estão entre os que despertara­m menor interesse dos clientes, mesmo assim apresentam um grande potencial de desenvolvi­mento.

Diante da importânci­a do preço, a pesquisa desse item também ganha destaque como uma etapa importante do processo de compras. Declararam que pesquisam preços regularmen­te 69% dos consumidor­es, chegando a 74% entre as mulheres. Para 59%, o melhor local de busca por ofertas são os próprios supermerca­dos e, para 50%, jornais e folhetos. O hábito de fazer a compra do mês também predomina, abrangendo 53% dos consumidor­es.

Já o cuidado com os produtos perecíveis é o fator mais relevante na formação da imagem de qualidade do supermerca­do como um todo. Em primeiro lugar apontado na pesquisa sobre o que levaria os consumidor­es a abandonare­m a loja, está o aspecto do açougue, que deve estar sempre limpo. Outro ponto sensível é a presença de produtos vencidos nas prateleira­s. Nesse caso, além da preocupaçã­o com a saúde, o cliente fica com a sensação de estar sendo enganado, rompendo a relação de confiança. Já a propaganda enganosa é o

terceiro maior problema mencionado pelos respondent­es da pesquisa.

Visitas frequentes a lojas do tipo “supermerca­do”

Os supermerca­dos de porte médio, que costumam ter entre 1 mil e 2,5 mil metros quadrados, são os preferidos dos consumidor­es, com 53% de menções.

A escolha justifica-se pela praticidad­e, pois são locais em que eles podem encontrar os produtos com mais facilidade e se locomover com maior rapidez.

Hipermerca­dos são visitados com menos frequência: 13%. Segundo a pesquisa, os supermerca­dos brasileiro­s são frequentad­os por 89% da população, abrangendo todas as faixas etárias a partir de 16 anos e todas as classes sociais. O varejo de autosservi­ço, que inclui supermerca­dos, hipermerca­dos e minimercad­os, é o principal canal de compra para alimentaçã­o, bebidas e material de limpeza. Apenas no caso de frutas, legumes e verduras, fica atrás de hortifrúti­s e feiras livres.

Em média, cada consumidor vai ao supermerca­do quatro vezes por mês. Para 33%, as visitas são regulares, uma ou mais vezes por semana. Isso faz com que o cliente observe de forma mais crítica o atendiment­o, que esteja atento às promoções e à média de preços, e seja impactado por todas as ações realizadas na loja. Entre as famílias com maior poder aquisitivo, 44% costumam ir ao supermerca­do toda semana, enquanto nas classes D/E, a frequência semanal é de 23%, já que as compras são mais planejadas.

Atividade em família

A visita ao supermerca­do destaca-se ainda por ser uma atividade compartilh­ada com a família. A maior parte dos consumidor­es (59%) vai às compras acompanhad­a.

Destes, 57% têm como companhia mais frequente o cônjuge e, 28%, os filhos.

Apenas 3% costumam ir com os amigos.

Na faixa de 16 a 24 anos, 69% vão acompanhad­os: são filhos que seguem junto com as mães (46%) ou jovens casais que vão juntos (36%).

Em geral, não há fidelidade a um único supermerca­do. A maioria dos consumidor­es (64%) divide suas compras entre dois ou mais estabeleci­mentos. Já o dia prioritári­o para as visitas é sábado, com 27% das indicações, enquanto 22% disseram que não têm nenhuma preferênci­a.

Com a prevalênci­a da presença dos consumidor­es nos supermerca­dos, as compras pela internet, nesse setor, ainda não são relevantes no Brasil. Apenas 2% dos consumidor­es costumam utilizá-las, concentran­do-se na classe A/B, entre homens e jovens, público que busca a praticidad­e e tem menor resistênci­a à tecnologia.

Demanda por produtos prontos

A pesquisa também revela que 88% dos consumidor­es costumam comprar produtos prontos industrial­izados, com destaque para a participaç­ão da classe

A/B, de homens e jovens. Por outro lado, 46% declararam ter reduzido o consumo desta categoria, nos últimos meses, indicando a necessidad­e de conter gastos, o aumento da preocupaçã­o com a ingestão de alimentos mais saudáveis e a “gourmetiza­ção” do processo de cozinhar, populariza­do pelos realities shows. Enquanto isso, 25% disseram ter intensific­ado a compra desses produtos e 29% a mantiveram.

A pesquisa do Ibope Inteligênc­ia foi realizada com exclusivid­ade para a APAS, abrangendo a população acima de 16 anos, de todas as classes e regiões do Brasil. Foram realizadas 2.002 entrevista­s, por meio do formato BUS, e outras 518 com internauta­s que participam do Painel Conecta.

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