Novas expectativas
vários editoriais no Jornal Promark que criticavam profundamente o Kassab, principalmente, pela maneira que se deu. Ele nem se quer ouviu quem eram os maiores interessados nisso, como manda a boa democracia. Muitos dos empresários até me procuraram para que fizéssemos uma defesa do outdoor, eles não podiam desaparecer já que é uma ferramenta que existe no mundo inteiro”.
Comenta Ferrentini.
No ano do ocorrido, a assessoria da prefeitura foi consultada e disseram que queriam que os outdoors fossem algo tão moderno quanto nas demais cidades como Nova Iorque e Londres. Isso fez com que o procedimento mudasse e se olhasse com mais atenção para produtividade desse tipo de mídia. Infelizmente, na época, essa coisa “pegou”, todos tiveram um prazo para retirar seus outdoors e placas, causando um transtorno muito grande. “Nós sabemos que, toda grande mudança, provoca uma grande dificuldade e dores de cabeça. Passado um tempo, pudermos ver, não que o
Kassab tinha razão, mas que mudanças mesmo elas sendo contrárias ao nosso dia a dia, acabam produzindo grandes efeitos” diz Ferrentini.
A ideia de acabar com todos os outdoors, no entanto, se transformou no esforço de ajudar a aparência física das cidades. “Não estou arrependido das críticas que fiz, mas, hoje, vejo e reconheço que a atividade de outdoors melhorou bastante e até ajudam a embelezar a cidade.”
Para Armando Ferrentini, o decreto de Kassab possibilitou ainda a invasão de empresas estrangeiras. E mesmo que a luta sempre foi contrária a esse movimento, o mundo como um só, nos fez aprender que não existe mais reserva de mercado. “O mercado existe para todos nós e temos que saber explorá-lo”.
Foi com esse mote que o empresário concluiu sobre o que aconteceu no passado da mídia exterior e destacou a importância da marca conhecida como outdoor. E seguiu com o raciocínio chamando a atenção para o momento presente e passou a falar de uma outra marca ainda mais importante. O Brasil.
“Estamos em um momento de transição muito grande, indiferente as preferências políticas de cada um, estamos vendo que a Instituição chamada Brasil está melhorando”.
O empresário que sempre teve uma análise muito crítica no passado, verbaliza um sentimento de melhorias e bons ventos. Ele acredita, por experiência de vida e profissional que, embora haja problemas, há uma pré-disposição de melhorias. “O Brasil merece ser melhor do que foi até aqui, que é o que está acontecendo. Muito dificilmente os mais velhos viram uma autoridade responder criminalmente pelos seus atos, mas hoje isso acontece e cria uma sensação de segurança. Não digo que mudamos, mas que estamos no processo. E que ele continue na mudança. O Brasil acordou para si próprio, e vimemos hoje um país melhor. Posso dizer por experiência própria porque não sou mais um menino e comparando ao Brasil que nasci, esse
Brasil é melhor”.
Quando criança uma frase que incomodava muito Ferrentini era de sua professora, que dizia que “éramos o país do futuro”. Uma tese que o incomodava muito pois ele sempre acreditou que temos que ser o país do presente e, hoje, nós somos o país do presente. “Mas só podemos construir um futuro melhor a partir de nós mesmos. E por isso eu encerro com uma reflexão e pergunto:
Como foi o ano para você?”