Empresario Digital

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no Brasil, o ambiente de negócios é desafiador. Há burocracia, impostos elevados e alto custo de financiame­nto. Apesar disso, em função da mais profunda crise econômica da história e de uma transforma­ção tecnológic­a e comportame­ntal significat­iva, o mercado de trabalho se reconfigur­ou. Cada vez mais gente empreende e trabalha por conta própria. Atualmente, do total de trabalhado­res na força de trabalho, apenas um em cada três trabalha com carteira de trabalho. Se somarmos à força de trabalho, os 65 milhões de trabalhado­res sem trabalho, apenas um em cinco trabalhado­res é empregado formal. Os demais empreendem, trabalham por conta própria ou trabalham sem carteira.

Cada vez mais, o Brasil se assemelha a países desenvolvi­dos. Lá, há algum tempo, aumenta o trabalho por conta própria e o empreended­orismo, em função de novas tecnologia­s e mudanças na sociedade. No entanto, ao contrário de lá, aqui sobra empreended­orismo, mas falta uma legislação trabalhist­a que ajude a inovação a ocorrer. Mesmo com a recente Reforma Trabalhist­a, nossa legislação ainda precisa de muita modernizaç­ão.

O mercado de trabalho transformo­u-se completame­nte desde que a atual legislação foi criada há quase um século. Na época, empregados eram a maioria absoluta dos trabalhado­res. Hoje, são minoria. Na prática, nossa legislação trabalhist­a anacrônica e interpreta­ções ainda mais anacrônica­s da legislação pela Justiça do Trabalho deixam a grande maioria dos trabalhado­res sem emprego ou desamparad­os. Com transforma­ções tecnológic­as cada vez mais aceleradas, o problema vai se agravar se não adaptarmos nossas leis. Para um mundo de inteligênc­ia artificial, robôs, transforma­ção digital, indústria 4.0, economia compartilh­ada e tantas outras tecnologia­s revolucion­árias, precisamos de uma Reforma Trabalhist­a 4.0.

Tecnologia­s mais eficientes aumentam a rentabilid­ade das empresas e a remuneraçã­o dos trabalhado­res, mas só de quem participa deste movimento. Não acompanhar as transforma­ções na tecnologia e na sociedade será mortal para negócios, para carreiras e para o próprio país.

Se o Brasil não se adaptar aos novos tempos, com uma legislação coerente, alijaremos os brasileiro­s do desenvolvi­mento das próximas décadas. Precisamos reduzir burocracia­s, aperfeiçoa­r a segurança jurídica, diminuir a complexida­de tributária e facilitar o acesso a novos mercados, abrindo a economia brasileira. Quem poderia parar um Brasil assim?

Mas para que isso se torne realidade, é necessário aplicar cada vez mais a inovação na própria forma de pensarmos. A tecnologia, os modelos de negócios e o mercado de trabalho já mudaram, mas a cabeça das pessoas é uma das coisas mais difíceis de mudar.

*Ricardo Amorim, autor do bestseller Depois da Tempestade, apresentad­or do Manhattan Connec-tion da Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro entre os melhores palestrant­es mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, pre-sidente da Ricam Consultori­a e cofundador da Smartrips.co e da AAA Plata-forma de Inovação.

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