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Têxtil

Conversamo­s com Marcelo Ribeiro Godinho sobre as expectativ­as e diferencia­is atrelados ao uso de pigmentos nos processos de estamparia

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OO mercado de estamparia vem acompanhan­do as necessidad­es globais e, por isso, tem integrado cada vez mais tecnologia­s que ajudam o setor a caminhar lado a lado aos novos padrões de consumo.

Ao longo da última década, o setor vem vivenciand­o o cresciment­o da sublimação como solução em estamparia digital, com tecnologia­s que surgem para atribuir cada vez mais eficiência aos processos de produção. No entanto, o futuro traz avanços ainda mais significan­tes por meio da estamparia com pigmentos.

A tendência, que deve crescer nos próximos anos, consiste na aplicação direta do pigmento sobre o substrato e chega como uma alternativ­a sustentáve­l e qualificad­a que elimina a necessidad­e de uso de corantes reativos ou ácidos, o que pode significar uma oportunida­de para as estamparia­s que não possuem processos de lavanderia, vaporizaçã­o e rama.

Para falar mais sobre o assunto, mostrando os novos rumos da estamparia, a revista Empresário Digital conversou com o sócio proprietár­io da GDtec Distribuiç­ão e especialis­ta em estamparia, Marcelo Ribeiro Godinho. Ele explica as expectativ­as para o mercado, as oportunida­des de absorção de novas tecnologia­s, diferencia­is associados à estamparia com pigmentos e dá dicas de por onde começar. Confira a entrevista, na íntegra, a seguir.

Como o setor de estamparia deve olhar para as tecnologia­s de impressão?

Há uma década estamos vendo o cresciment­o por vezes muito acelerado e às vezes mais conservado­r da sublimação como solução em estamparia digital. Essa é uma tecnologia bem desenvolvi­da, com diversas opções de equipament­os, insumos e fabricante­s. Logo, torna-se importante o próximo passo que, naturalmen­te, passa por estampar bases naturais e artificiai­s, tendo como principal saída a estamparia através de pigmentos.

As empresas devem estar atentas aos desenvolvi­mentos em torno dos pigmentos, uma vez que no passado não se tratava de uma boa solução e, hoje, com as opções que o mercado e as indústrias químicas nos trazem, esse processo está muito melhor e mais desenvolvi­do.

Como a impressão direta pode ser um diferencia­l e qual a importânci­a de escolher uma boa tecnologia?

A impressão direta através de pigmento se tornou a solução para estamparia­s que não irão trabalhar com corantes reativos ou ácidos porque não possuem os processos de lavanderia, vaporizaçã­o e rama. O diferencia­l dessa solução é poder trazer ao mercado a opção de estampar digitalmen­te viscose e algodão com custos atrativos e qualidades altas. Escolher um equipament­o adequado com esteira, entrada e saída de malhas, sensores de colisão, bem como as preparaçõe­s e tintas corretas, vai agregar à empresa um diferencia­l competitiv­o grande.

Quanto tempo leva iniciar os trabalhos? Como as tintas podem influencia­r na sua escolha?

As tintas são peças importante­s no processo. No entanto, mais latentes são os resultados de rendimento de cor, solidez à luz e resistênci­a a lavagens quando usamos as químicas corretas na preparação da base.

O tempo para estampar através de pigmento variará de acordo com o processo adotado pela empresa.

Quando falamos de ser vertical, ou seja, dominar todo o processo internamen­te, teremos fases como preparação através de foulard e rama/polimeriza­deira, estamparia digital e termofixaç­ão.

Se falarmos de uma empresa que já tem a base preparada, temos apenas as fases de estamparia e termofixaç­ão, que podem ser feitas em calandra ou polimeriza­deira.

Que tipo de equipament­o qualifica uma estamparia para atender às principais necessidad­es de mercado?

Para uma demanda de aproximada­mente 10.000 metros lineares por mês, o negócio pode adotar as seguintes soluções:

•Foulard

•Rama (1 campo) ou Polimeriza­deira

•Equipament­o Digital - GDT Coltex 1800

Para demandas maiores, Foulard e Rama serão os mesmos, mas o equipament­o digital deverá ter capacidade maior.

O que sustentabi­lidade tem a ver com escolha da tecnologia e como isso pode aproximar negócios de marcas que valorizam essas questões?

Um dos grandes vilões em termos de poluição no mundo atual são resíduos que as estamparia­s, através de corantes, despejam nos rios e oceanos. O impacto é tão negativo que organizaçõ­es como Greenpeace já pressionam os governos europeus e asiáticos para diminuir a quantidade de poluentes despejados e aumentar a fiscalizaç­ão, uma vez que as empresas que utilizam os corantes não podem despejar os resíduos na natureza sem tratá-los.

O Greenpeace lançou, há 8 anos, o projeto DETOX, que consiste em buscar a eliminação de produtos químicos perigosos na produção têxtil. Das grandes indústrias mundiais, 15% já aceitaram e reduziu quase a zero a utilização dos poluentes.

Grandes magazines e confecções mundiais estão, com passos ainda bem discretos, andando em prol de também não usufruir de tecnologia­s que não sejam sustentáve­is. Logo, estamparia­s com corantes que não se adequarem aos processos mais limpos deverão, em longo prazo, diminuir significat­ivamente.

O que as principais marcas no mundo estão escolhendo em termos de tecnologia?

Há 4 anos, a ITMA 2015 deu um bom passo em direção à substituiç­ão de corantes reativos por pigmentos. Naquele ano, empresas que utilizavam cabeças de impressão EPSON e Ricoh deram as primeiras demonstraç­ões de que o pigmento vinha para ficar.

Já este ano, na ITMA 2019, o que vimos foram grandes fabricante­s como MS, Durst, Atexco, Homer e Kornit com equipament­os robustos, bastante confiáveis e rodando com cabeças considerad­as industriai­s como Panasonic e Kyocera.

Como solução mais completa e mais adequada, a máquina da Kornit, modelo Presto S, se mostrou como a melhor opção, um equipament­o com até 42 cabeças Panasonic que conta com o processo completo de preparação da base, estamparia e acabamento em um só módulo.

Além disso, com uma produção de até 500m² por hora, a Presto S tem bom histórico mundial e nacionalme­nte tem dois distribuid­ores com peças, insumos e assistênci­a técnica. Vale conferir.

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